Austríaca não está só: conheça super-ricos que também querem doar herança
A promessa de doar 90% de uma herança de 4,2 bilhões euros (equivalente a R$ 21,9 bilhões) à caridade feita pela estudante de literatura austríaca Marlene Engelhorn, 30, descendente dos fundadores da Basf, empresa química multinacional com receita de 78 bilhões de euros, surpreendeu a muitos. Ela é uma dura crítica às heranças e ao acúmulo de riqueza de milionários pelo mundo.
Segundo um ranking divulgado pela revista americana Forbes, em 2022, o mundo tinha 2.600 bilionários. O número de pessoas dispostas a doar parte da fortuna em prol da "igualdade" é pequeno, mas atos do tipo não estão restritos à austríaca.
Charles "Chuck" Feeney
O empresário americano Charles "Chuck" Feeney, 91, doou em 2020 quase US$ 8 bilhões (equivalente a R$ 40 bilhões) em ações de caridade. O empresário, filho de uma enfermeira e de um corretor de seguros, é o criador da marca Duty Free Shoppers, empresa de vendas isentas de impostos para viajantes, com lojas em aeroportos ao redor do mundo.
A maior parte das doações de Feeney foi anônima e ele chegou a ser considerado o "James Bond" do serviço filantrópico no mundo. Em 2017, ao dar uma entrevista ao canal britânico BBC, ele explicou que fazia as doações em segredo para "não ter que explicar às pessoas o motivo delas". Agora, Feeney é considerado um "ex-bilionário", deixando quase nada para seus herdeiros.
Bill Gates
Um dos bilionários mais famosos por atos filantrópicos, Bill Gates anunciou em julho que pretende doar quase todo o seu dinheiro para a fundação Bill & Melinda Gates, criada por ele e pela ex-esposa em 2000.
Ao todo, a fortuna estimada do fundador da Microsoft é de US$ 113 bilhões (cerca de R$ 580 bilhões). "À medida que olho para o futuro, pretendo dar praticamente toda a minha riqueza à fundação. Vou descer até eventualmente sair da lista das pessoas mais ricas do mundo", afirmou Gates em publicação no Twitter.
Com a ex-esposa Melinda French e Warren Buffett, presidente da Berkshire Hathaway, Gates também criou o Giving Pledge, um grupo de bilionários comprometidos a doar boa parte do próprio dinheiro ainda em vida.
David Vélez e Mariel Reyes
Um dos signatários do Giving Pledge foi o CEO do banco Nubank, o colombiano David Vélez. Junto à esposa, a peruana Mariel Reyes, ele se comprometeu a doar a maior parte da fortuna acumulada por eles em agosto de 2021.
O casal Vélez mora há cerca de 10 anos no Brasil e, de acordo com a Bloomberg, sua fortuna chegou a US$ 10,2 bilhões, ou cerca de R$ 58 bilhões, após a abertura de capital da empresa na Bolsa de Valores de Nova York. Sua doação será usada contra as desigualdades entre jovens latino-americanos.
"As oportunidades não são igualmente distribuídas e há milhões de pessoas que querem trabalhar duro para construir comunidades e países melhores, mas muitas vezes não têm acesso a oportunidades para colocá-los numa trajetória de vida diferente e com impacto social positivo", escreveu a dupla em carta pública.
Jeremy e Hannelore Grantham
Jeremy Grantham, britânico e um dos fundadores da Grantham, Mayo e van Otterloo, uma empresa de gestão de ativos dos Estados Unidos, criou em 1997 junto à esposa Hannelore Grantham a Grantham Foundation, organização para arrecadar fundos voltados a causas que envolvam meio ambiente e desenvolvimento social.
Segundo um comunicado feito em 2019, o casal se comprometeu a doar US$ 1 bilhão, equivalente a 98% da fortuna deles, para a causa.
Anderson Cooper
O jornalista Anderson Cooper, âncora do canal americano CNN, tem uma fortuna estimada em US$ 200 milhões (cerca de R$ 1 bilhão) e afirmou em entrevista ao podcast "Morning Meeting" que não vai deixar um "pote de ouro" para o filho, Wyatt Morgan Cooper, quando morrer.
"Vou fazer a mesma coisa que meus pais fizeram, falar: 'A sua faculdade vai ser paga. A partir daí, você tem que se virar", afirmou o âncora. O filho dele tem dois anos e foi gerado por uma barriga de aluguel com o ex-marido de Cooper, Benjamin Maisani.
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