Governo pede estudo sobre volta do horário de verão
O Ministério de Minas e Energia solicitou neste mês um estudo sobre benefícios de uma eventual volta do horário de verão ao ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), órgão que controla as instalações de transmissão e geração de energia no país.
O pedido foi feito em reunião há duas semanas, em 19 de agosto, confirmou o ONS em nota ao UOL. O órgão disse que o ministério pediu uma reavaliação sobre o tema, considerando que a geração de energia solar no país cresceu nos últimos anos, mas que o procedimento é padrão. A nota diz ainda que não há previsão de adoção do horário de verão ainda em 2022, já que avaliações recentes apontam que a situação de geração de energia no país está melhor que nos últimos dois anos.
Em nota, o ministério respondeu apenas que faz constantemente "a avaliação técnica das melhores medidas disponíveis, de acordo com o contexto energético vigente, a fim de manter a segurança energética e a modicidade tarifária ao consumidor brasileiro".
A mesma solicitação já havia sido feita no ano passado, com a crise hídrica que causou uma escalada nas contas de luz em todo o país. Na época, porém, o ONS diz que não via benefício em adotar a medida novamente, já que a redução no consumo de energia durante o horário de pico, das 18h às 21h, seria compensada pelo aumento da demanda em outros períodos do dia, principalmente no início da manhã.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) extinguiu o horário de verão através de um decreto, assinado em abril de 2019 —primeiro ano de seu mandato.
Criado com a finalidade de economizar energia e aproveitar o maior período de luz solar durante os meses mais quentes do ano — quando os dias também são mais longos — o horário de verão foi adotado no Brasil pela primeira vez em 1931 e se tornou medida permanente a partir de 2008. De acordo com Bolsonaro, a decisão de acabar com a medida foi tomada após estudos que mostraram não haver mais motivo para o horário de verão, por mudanças no consumo de energia que ocorreram nos últimos anos.
*Com Estadão Conteúdo
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