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Na TV, Bolsonaro prometerá Auxílio Brasil a R$ 600, mesmo sem ter Orçamento

Jair Bolsonaro (PL) durante debate presidencial - Reprodução/UOL
Jair Bolsonaro (PL) durante debate presidencial Imagem: Reprodução/UOL

Letícia Casado

Do UOL, em Brasília

31/08/2022 13h46

A campanha na TV para a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) terá como foco a promessa de manter o Auxílio Brasil a R$ 600 em 2023, mesmo que o valor não esteja previsto no Orçamento feito pelo próprio governo para o ano que vem. Os vídeos também vão frisar que o Bolsa Família acabou e que o Auxílio Brasil é o programa do governo Bolsonaro.

As peças, às quais o UOL teve acesso, levam a mensagem de que o nome do benefício mudou para Auxílio Brasil, que o programa foi criado por Bolsonaro e que o valor vai ser mantido após a eleição.

"O [ministro da Economia] Paulo Guedes vai dar um jeito, é promessa de campanha", afirma um integrante do time de Bolsonaro.

A equipe da campanha está testando vídeos com diferentes roteiros junto a grupos de eleitores em pesquisas qualitativas para decidir qual o melhor formato para veicular. Os testes estão sendo feitos em diferentes cidades, com foco no Nordeste.

O entorno do presidente aposta que o crescimento de Bolsonaro nas pesquisas eleitorais deve ser visto a partir da próxima semana por causa do pagamento do Auxílio Brasil, que começou em agosto, e das quedas no preço da gasolina ao longo do último mês.

A ideia é que apenas ele apareça nos programas que tratam do benefício social, sem a participação da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. O general Braga Neto, vice na chapa de Bolsonaro, deve ficar de fora do horário eleitoral gratuito.

Auxiliares de Bolsonaro afirmam que ele ainda tem espaço para conquistar eleitores de baixa renda. A aposta é que, como há mais de 20 milhões de pessoas para receber dinheiro do programa, grande parte dos eleitores ainda não tinha tido acesso a essa verba e, portanto, o humor do eleitorado vai estar diferente nas próximas sondagens dos institutos.

O mesmo raciocínio é feito em relação a grupos de profissionais cujo trabalho está atrelado ao preço da gasolina: a campanha identificou descontentamento entre taxistas, por exemplo, que agora já se mostram mais otimistas com o governo.

Integrantes da campanha reconhecem que declarações de Bolsonaro sobre como minimizar a fome no Brasil não ajudam a conquistar o eleitor de baixa renda. Por outro lado, dizem que isso não é determinante para perder voto porque o eleitor do presidente entende que esse é o jeito dele e que suas falas são mal interpretadas.