IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Brasil cresce 1,2% no 2º tri, acima do esperado; alta é de 2,5% no ano

Do UOL, em São Paulo

01/09/2022 09h01Atualizada em 01/09/2022 12h27

O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro registrou alta pelo quarto trimestre consecutivo desde 2021, puxado pela alta no setor de serviços. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (1º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o crescimento foi 1,2% de em relação ao primeiro trimestre deste ano, totalizando R$ 2,4 trilhões em valores correntes. Em 2022, o primeiro semestre acumula alta de 2,5%.

Em comparação com o mesmo trimestre de 2021, o crescimento é de 3,2%, ainda de acordo com o IBGE.

Com o resultado, a atividade econômica do país está 3% acima do patamar pré-pandemia, registrado no quarto trimestre de 2019, e atinge o segundo patamar mais alto da série, atrás apenas do alcançado no primeiro trimestre de 2014.

O desempenho do trimestre ficou acima da expectativa de especialistas. Segundo a Reuters, era esperado um avanço de 0,9% sobre os últimos três meses.

Os três setores da economia — indústria, serviços e agropecuária — tiveram alta no trimestre, mas, de acordo com o IBGE, o setor de serviços foi o que mais pesou para o resultado, com crescimento de 1,3%.

"Os serviços estão pesando 70% da economia, então têm um impacto maior nesse resultado. Dentro dos serviços, outras atividades de serviços (3,3%), transportes (3,0%) e informação e comunicação (2,9%) avançaram e puxaram essa alta. Em outras atividades de serviços, estão os serviços presenciais, que estavam represados durante a pandemia, como os restaurantes e hotéis, por exemplo", explica a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

Indústria tem maior alta

Segundo o IBGE, a indústria subiu 2,2%, com alta em todos os subsetores. Destaque para os desempenhos positivos de 3,1% nas atividades de eletricidade, gás, água, esgoto e gestão de resíduos; de 2,7% na construção; e de 2,2% nas indústrias extrativas.

"Houve crescimento em todos os subsetores da indústria. Um deles é a construção civil, que vem enfrentando problemas há anos e foi bastante afetada na pandemia, mas está se recuperando há alguns trimestres", avaliou Palis.

Agro sobe, mas mantém queda no ano

A agropecuária subiu 0,5%, após cair 0,9% no trimestre passado. No ano, porém, o setor ainda acumula queda de 2,5%. De acordo com o IBGE, isso pode ser atribuído ao baixo desempenho de produtos como a soja (-12%) e o arroz (-8,5%), que apresentaram queda na estimativa de produção anual.

Já o milho e o café registraram crescimento em 2022, estimado em 27% e 8,6%, respectivamente.

Consumo das famílias cresceu

O consumo das famílias cresceu 2,6% entre abril e junho, maior alta desde o quarto trimestre de 2020, quando foi de 3,1%.

"A alta do consumo das famílias está relacionada à volta do crescimento dos serviços prestados às famílias, em decorrência dos serviços presenciais que estão com a demanda represada na pandemia. Um reflexo disso é o aumento no preço das passagens aéreas, uma consequência do crescimento da demanda", analisou Palis.

O governo estima que o PIB brasileiro deva crescer 2% neste ano, segundo o último boletim da SPE (Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia).

Ministério da Economia comemora

Em nota, o Ministério da Economia celebrou o resultado do PIB do segundo semestre, atribuído à recuperação do setor de serviços e do mercado de trabalho.

A taxa de desemprego ficou em 9,1% no trimestre de maio a julho, atingindo 9,9 milhões de pessoas, segundo dados divulgados na quarta-feira (31) pelo IBGE. O resultado, porém, foi puxado pelo crescimento do número de trabalhadores informais, que bateu o recorde da série histórica e chegou a 13,1 milhões de pessoas no período.

"Os indicadores mostram o bom desempenho dos serviços, a recuperação do emprego e a taxa dos investimentos em níveis elevados. Os serviços estão no melhor patamar desde 2015, os investimentos recuperaram o nível de 2014 e a taxa de desemprego é a menor desde 2015", afirmou.

O PIB representa o desempenho da economia de um país durante determinado período. Medido pelo IBGE, ele é divulgado a cada três meses.

(Com Reuters)