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Fabricante de petiscos amplia recall de produtos após mortes de cães

Petisco "Bone Every Day", da marca Bassar Pet Food  - Bassar/Reprodução
Petisco 'Bone Every Day', da marca Bassar Pet Food Imagem: Bassar/Reprodução

Do UOL, em São Paulo*

10/09/2022 19h04Atualizada em 10/09/2022 19h04

A Bassar Pet Food anunciou a ampliação do recall para todos os produtos fabricados pela marca a partir de 07/02/22. Nesta semana, a empresa já havia anunciado estar realizando o recall de produtos. A medida ocorre pela suspeita de contaminação de um insumo adquirido de um dos fornecedores da empresa. Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, mais de 40 animais morreram após a ingestão de produtos da marca.

A Bassar solicitou que os consumidores entreguem, nos locais de venda, os itens que já tenham adquirido anteriormente para o reembolso. A medida vale também para embalagens que já foram abertas e mesmo que parte do conteúdo tenha sido consumido.

"Isso [o recall] compreende todos os lotes de produto, marca própria ou marca Bassar, com numeração acima do "lote 3329" (inclusive este). Esse procedimento foi adotado após exames preliminares realizados pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) apontarem indícios de contaminação com etilenoglicol em insumos adquiridos de um de nossos fornecedores." Ontem, o MAPA divulgou que a substância tóxica foi encontrada em mais lotes de produtos da Bassar.

Em nota disponibilizada no site da empresa, a Bassar explicou que um ofício do MAPA, divulgado na terça-feira (6), alertou as empresas do setor de alimentação animal para não venderem os produtos fabricados a partir do material adquirido por esse fornecedor.

"A substância etilenoglicol é um composto químico e tóxico que pode ser letal se ingerido por cães. Por isso, é muito importante suspender imediatamente a alimentação dos pets com os produtos mencionados e devolvê-los à loja onde foram adquiridos. Por precaução e para tranquilização de seus consumidores, a Bassar Pet Food está recolhendo todos os itens produzidos desde 7/2/2022, e não apenas os que utilizaram o insumo (propilenoglicol) do fornecedor em investigação."

Por fim, a empresa disse estar "extremamente consternada" com os relatos de contaminação dos animais e declarou expressar sentimentos aos donos dos animais mortos.

"Também somos tutores e sabemos da dor e da tristeza da perda de um pet, ainda mais em circunstâncias como as que estão sendo investigadas. Somos os maiores interessados no total esclarecimento desse caso. Estamos fazendo tudo para que isso ocorra de forma rápida e transparente e colaborando com as autoridades na investigação da qualidade da matéria-prima distribuída por fornecedores no mercado de alimentação animal."

A Bassar ainda informou que os clientes que tiverem dúvidas sobre o recall ou dos produtos podem entrar em contato com o SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) pelo e-mail sac@bassarpetfood.com.br.

Substância tóxica foi encontrada

Ontem, o Mapa informou que resultados preliminares apontaram para presença de monoetilenoglicol (uma substância tóxica) em outros lotes de produtos da empresa Bassar. O aditivo foi detectado por meio de análises feitas nos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA) como parte das investigações dos casos de intoxicação de cães.

De acordo com o Mapa, o monoetilenoglicol (também conhecido como etilenoglicol) foi encontrado como contaminante de propilenoglicol, um produto de uso permitido na alimentação animal, se adquirido de empresas que possuem registro na pasta. O aditivo é o mesmo identificado nas contaminações por produtos da cervejaria Backer em 2020.

Um laudo preliminar da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) já tinha localizado a presença da substância no corpo de um dos cachorros que morreu após consumir petisco da Bassar. A substância etilenoglicol é um composto tóxico que pode ser letal para cães.

O ministério diz, porém, que as investigações ainda não conseguiram determinar como o monoetilenoglicol foi parar nos alimentos para os animais, por causa da dificuldade de rastrear os envolvidos e também por conta da mistura de lotes de aditivos em estabelecimentos que não são registrados no Mapa.

A descoberta da substância tóxica monoetilenoglicol, como contaminante de uma substância permitida (propilenoglicol), fez com que o Ministério da Agricultura adotasse medidas rígidas para investigar se o propilenoglicol comercializado está, ou não, adequado para consumo.

*Com Estadão Conteúdo