Dólar cai 4%, Bolsa sobe 5,4%, e Petrobras dispara 8% depois de 1º turno
Na segunda-feira após o 1º turno das eleições, o dólar comercial registra uma queda de mais de 4% ante o real. Às 16h40 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 4,02%, vendido a R$ 5,178.
Na última sessão antes das eleições, na sexta-feira, o dólar à vista teve variação positiva de 0,01%, a R$ 5,394.
O que aconteceu? A disputa de um 2º turno entre o Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) — com o presidente angariando mais votos do que o que apontavam as pesquisas de intenção de voto — mexeu com o mercado.
Logo na abertura, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), subia 2,20%, alcançando 110.036 pontos. Às 16h40, o Ibovespa disparava 5,41%.
Além de Bolsonaro ter recebido mais votos do que o previsto nas pesquisas, o mercado também acredita que, para avançar até o segundo turno, Lula precisará se aproximar mais do centro.
"Com o perfil do Congresso extremamente bolsonarista, Lula em eventual mandato terá que se aproximar de todos partidos, inclusive de desafetos recentes, crescendo a chance de o MDB declarar apoio formal ao ex-presidente", afirma Étore Sanchez, da Ativa Investimentos.
Nenad Dinic, estrategista de equity do banco suíço Julius Baer, disse que o mercado espera que as ações brasileiras reajam positivamente a uma nova chance de Bolsonaro frente a Lula, bem como a esperada transição para o centro por parte do petista a fim de angariar os votos de Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT).
"Indicações que ele [Lula] seria fiscalmente responsável aumentariam se Lula acenar para um ministro da Economia com boas relações com o mercado", acrescentou.
Petrobras também é destaque. O Ibovespa é influenciado principalmente pela ação da Petrobras (PETR3 e PETR4), que está disparando. Às 16h40, a alta era de 8,62% para PETR3, vendida a R$ 35,93; e de 7,82% para PETR4, negociada a R$ 32,13.
Em material divulgado pela casa de análises Levante no sábado anterior às eleições, a Petrobras aparece como tendo impacto positivo em um possível governo Bolsonaro e um impacto negativo sob a presidência de Lula.
Entre os fatores determinantes para a ação, estão a interferência de um governo do PT na estatal.
Já os pontos positivos seriam a paridade de preços de acordo com o mercado internacional, aumento de dividendos e avanço da privatização em um governo de Bolsonaro.
Com um segundo turno entre os dois candidatos mais acirrado que o previsto, o mercado reagiu comprando ações da petroleira.
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