Vice-presidente da Caixa que constrangeu servidores renuncia ao cargo
A Caixa Econômica Federal aceitou o pedido de renúncia do vice-presidente de Tecnologia e Digital, Claudio Salituro. Em comunicado a investidores divulgado ontem, a empresa diz que a solicitação foi por "questões pessoais". Em julho, reportagem do site Metrópoles mostrou vídeos feitos pelo próprio Salituro em que ele xinga e constrange servidores do banco.
"A Caixa agradece ao Sr. Claudio Salituro pelas relevantes contribuições, profissionalismo e dedicação, desejando-lhe sucesso nos novos desafios", informou o banco.
A Caixa tem doze vice-presidências, que compõem a diretoria executiva do banco.
Ao menos outros três vice-presidentes foram afastados desde junho deste ano, quando surgiram as denúncias de assédio moral e sexual contra Pedro Guimarães, que era presidente da estatal. Ele foi substituído pela economista Daniella Marques Consentino.
Considerado o número dois na administração da Caixa, Celso Leonardo Barbosa deixou a vice-presidência de Negócios de Atacado em julho, após ser citado nas denúncias de assédio sexual que derrubaram o presidente da instituição, Pedro Guimarães.
O banco também retirou da vice-presidência dois nomes próximos a Guimarães: o de Antonio Carlos Ferreira de Sousa, que estava na vice-presidência de Logística e Operações, e o de Camila de Freitas Aichinger, ex-vice-presidente da Rede de Varejo.
Vice de Tecnologia xingou servidores
Em uma das gravações publicadas por Metropoles, Salituro pergunta por que um funcionário estava "escondido" em um setor onde não trabalhava. "Tá fazendo o quê aqui? Tava escondido aqui por quê? Provavelmente tu mora aqui perto, né?", questionou.
Ao se dirigir a outro servidor, ele reforça a pergunta: "Mora aqui perto?". "Não, nem tão perto", responde o funcionário. "Tem que acabar com essa molezinha aqui", replica o vice.
No áudio, Salituro reclama de uma orientação que dois de seus funcionários não tinham entendido, de acordo com a gravação. "Eu tenho um problema de português?", questiona. Os funcionários tentam conversar com o chefe, mas são interrompidos na sequência.
Assédio na Caixa. Os casos relatados por funcionárias da Caixa contra Pedro Guimarães incluem toques íntimos não autorizados, abordagens inadequadas e convites incompatíveis à relação de trabalho. Em junho, quando os casos vieram a púbico, o MPF (Ministério Público Federal) informou que investigaria as denúncias. O TCU (Tribunal de Contas da União) também pediu a órgãos de controle a abertura de investigação.
Após as denúncias, Guimarães afirmou durante um evento da Caixa que tem "uma vida inteira pautada pela ética" e orgulho de como se portou ao longo da vida.
Antes, ele já havia sido investigado em processo administrativo interno da Caixa em 2019 por suspeita de envolvimento com uma funcionária. No fim de 2021, Guimarães foi alvo de polêmicas por ter colocado funcionários para fazer flexões durante um evento de fim de ano para gestores da instituição.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.