Guedes cutuca equipe de Lula e ignora corte de R$ 5,7 bi ao prestar contas
O ministro da Economia, Paulo Guedes, deu um discurso com vários momentos de ironias e de críticas ao apresentar hoje o relatório de receitas e despesas primárias do bimestre. Guedes evitou falar sobre o bloqueio adicional de R$ 5,7 bilhões no orçamento de 2022 (veja abaixo), anunciado mais cedo pela pasta.
Indiretamente, o ministro teceu comparações entre o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Guedes disse que a gestão de Bolsonaro "venceu as duas guerras", em referência à pandemia da covid-19 e ao confronto entre Rússia e Ucrânia, "com responsabilidade fiscal e todo mundo trabalhando". "Será que todos nós erramos e deixamos o país em ruínas? É essa a verdade ou tem gente mentindo?".
Em um momento de comparações, Guedes soltou: "Será que passou um ser extraterrestre ou passou um governo com eixos bem produzidos?". Depois, ele alertou para uma suposta "história de inversão e universo paralelo". Guedes fez críticas semelhantes ao novo futuro governo Lula na semana passada.
O ministro ressaltou, ao longo da prestação de contas, o que considera um bom desempenho do atual governo, negando qualquer acusação de irresponsabilidade fiscal e dizendo que o balanço final é "o registro de quem pagou uma guerra".
Enfrentamos tudo isso prestando contas com transparência e chegamos ao final sem empurrar uma conta para o futuro. Quer criar uma história alternativa? Então o TCU [Tribunal de Contas da União] dormiu no ponto, o governo foi irresponsável, o ministro foi inepto
Paulo Guedes
O comentário do funcionário de Bolsonaro ocorre um dia após o ministro Augusto Nardes, do TCU, informar a colegas que pegou um período de licença médica, após a divulgação de um áudio em que enviou para amigos com teor golpista, segundo apurou o UOL Notícias.
Ontem, o ministro do TCU divulgou uma nota e disse que "lamenta profundamente a interpretação que foi dada sobre um áudio despretensioso gravado apressadamente e dirigido a um grupo de amigos".
Bloqueio adicional de R$ 5,7 bilhões
O Ministério da Economia anunciou um bloqueio adicional de R$ 5,7 bilhões no orçamento de 2022. Com isso, o total de recursos congelados subiu para R$ 15,4 bilhões. De acordo com o Relatório de Receitas e Despesas do 5º Bimestre, o corte adicional foi necessário para pagar benefícios previdenciários (R$ 2,3 bilhões) e por conta da suspensão da medida provisória que adiava para o ano que vem repasses da Lei Adir Blanc.
O bloqueio foi necessário para que os desembolsos não ultrapassassem o limite do teto de gastos, regra que proíbe dispêndios acima dos registrados no ano passado, corrigidos pela inflação.
A previsão de gastos com benefícios previdenciários em 2022 subiu R$ 2,348 bilhões, para R$ 797,611 bilhões. A projeção para os pagamentos de pessoal e encargos sociais subiu R$ 332,01 milhões, para R$ 339,395 bilhões.
O gasto previsto com subsídios e subvenções ficou R$ 1,290 bilhão menor, passando para R$ 18,011 bilhões. Já os valores estimados para o pagamento de precatórios e sentenças judiciais caíram R$ 131,88 milhões, para R$ 17,924 bilhões.
Pelo lado da arrecadação, a estimativa para as receitas com dividendos de estatais aumentou R$ 6,266 bilhões, passando para R$ 86,726 bilhões. Já as receitas previstas com concessões subiram R$ 92,8 milhões, para R$ 45,310 bilhões. O relatório também mostra que a projeção para arrecadação com royalties neste ano aumentou R$ 3,465 bilhão, para R$ 133,215 bilhões.
*Com informações da Agência Estado
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