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Haddad, ministro da Fazenda de Lula, foi analista de banco e criticou URSS

Ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação, Fernando Haddad (PT) será ministro da Fazenda - TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação, Fernando Haddad (PT) será ministro da Fazenda Imagem: TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em Brasília

09/12/2022 11h00Atualizada em 09/12/2022 11h34

Quem é Fernando Haddad, 59, anunciado como ministro da Fazenda do governo Lula? Ele foi prefeito de São Paulo e ministro da Educação em governos petistas. É filiado ao PT desde 1983. Tem mestrado em economia pela USP (Universidade de São Paulo), já foi analista de banco, trabalhou no Ministério do Planejamento e deu aulas na USP e no Insper. Em sua dissertação de mestrado, criticou a ex-URSS. O mercado tem ressalvas a seu nome. Saiba mais sobre Haddad a seguir.

Formado em direito com mestrado em economia e doutorado em filosofia: Em 1985, Haddad se formou em direito na USP (Universidade de São Paulo). Depois, fez mestrado na FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária), onde em 1990 estudou a economia soviética.

Criticou regime soviético: Em uma dissertação chamada "Debate sobre o caráter sócio-econômico do sistema soviético", afirmava que o regime soviético era "despótico", não tinha "nenhum traço libertário" e, portanto, "iria se desdobrar em uma economia capitalista tradicional".

Fez também doutorado em filosofia na universidade e apresentou a tese "De Marx a Habermas: o materialismo histórico e seu paradigma adequado".

Já trabalhou no Ministério do Planejamento: Filiado ao PT desde 1983, Haddad iniciou sua carreira na política ao assumir a subsecretaria de finanças da cidade de São Paulo entre 2001 e 2003, na gestão de Marta Suplicy. Integrou a equipe do Ministério do Planejamento na gestão de Guido Mantega (2003-2004) e participou da elaboração do projeto de lei que instituiu no Brasil a PPP (Parceria Público-Privada).

Ministro da Educação de Lula e Dilma: Trajetória no MEC: Haddad assumiu o cargo de secretário-executivo do Ministério da Educação (2004 -2005) no primeiro governo Lula e ganhou projeção nacional quando assumiu o cargo de ministro, entre 29 de julho de 2005 e 24 de janeiro de 2012 (governos Lula e Dilma).

Em sua gestão, o governo federal lançou o ProUni, expandiu o Fies e criou o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).

Foi analista de banco e professor: O futuro ministro foi analista de investimentos do antigo Unibanco e consultor da Fipe (Fundação de Pesquisas Econômicas), onde participou da criação da Tabela Fipe. É autor de seis livros — o mais recente foi lançado em maio de 2022.

Foi professor na USP e no Insper e integrou o Conselho Universitário da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).

Foi prefeito de São Paulo, mas não se reelegeu: Em 2012, Haddad venceu José Serra (PSDB) na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Perdeu a reeleição no primeiro turno em 2016 para João Doria (PSDB).

Perdeu eleição a presidente para Bolsonaro: Vice de Lula em 2018, Haddad substituiu a candidatura do petista após o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) indeferir sua candidatura com base na lei da Ficha Limpa. Ele fez a campanha em nome de Lula, que estava preso após ter sido condenado na Operação Lava-Jato, e perdeu para Jair Bolsonaro (PL).

Acabou de perder a eleição para governador de SP: Haddad desbancou Márcio França (PSB) como o nome da coligação para disputar o governo de São Paulo em 2022, mas perdeu a eleição para Tarcísio de Freitas (Republicanos), o candidato de Bolsonaro.

Tem força com presidente eleito, Lula: Duas semanas após a eleição, Haddad acompanhou Lula ao Egito para a Conferência do Clima da ONU. Ele foi o único político não diretamente ligado ao meio ambiente na comitiva por insistência direta do presidente eleito, o que foi interpretado como uma sinalização da força que tem junto ao presidente eleito.

Haddad passou a ser um dos principais interlocutores de Lula com empresários, apesar de parte do mercado financeiro ter resistências ao seu nome, e foi integrado à equipe de economia na transição de governo.

Ideias dele para a economia agora: No fim de novembro, Haddad foi escolhido por Lula para participar de evento da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), o que foi considerado uma espécie de "teste" de seu nome para a pasta. Na ocasião, disse que a reforma tributária e a melhoria na qualidade dos gastos estarão entre as prioridades de Lula a partir de 2023. Ele acrescentou que, em uma segunda etapa, o governo também deve tratar de tributação de renda e patrimônio.

Casado e com dois filhos: O futuro ministro é filho do comerciante Khalid Haddad e da professora Norma Thereza Goussain, ambos de origem libanesa. É casado com Ana Estela Haddad, graduada em odontologia e professora na USP. Eles têm dois filhos.