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Lindbergh pede convocação de Campos Neto e diz que ninguém quer derrubá-lo

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central - Marcos Corrêa/PR
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central Imagem: Marcos Corrêa/PR

Do UOL, em Brasília

07/02/2023 19h07

O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) quer que o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, explique os juros altos. O requerimento foi apresentado nesta terça-feira (7) à comissão de Finanças e Tributação da Câmara para que Campos explique "política monetária e erro contábil no fluxo cambial".

Ao UOL, Lindbergh disse que ninguém quer derrubar Campos Neto do cargo. O mandato do presidente do BC vai até dezembro de 2024, e o banco tem autonomia para tomar decisões sem precisar consultar o governo.

Ninguém está falando em tirar o Campos Neto. O presidente Lula questionou essa tese da autonomia.
Lindbergh Farias, deputado federal (PT-RJ)

Atrito entre governo e BC

Lula tem criticado os juros (13,75% ao ano), porque isso sufocaria a economia. Ele também critica a independência do BC, que define a taxa. O mercado financeiro tem reagido mal a esses atritos, temendo tentativas de intervenção do Executivo na autoridade monetária.

O presidente disse que não quer confusão com o Banco Central, mas afirmou que Campos Neto deve explicação ao Congresso sobre sua conduta.

Horas depois, Lindbergh apresentou o requerimento. A convocação precisa ser analisada e votada na comissão.

É papel do Congresso. O BC tem autonomia, mas cabe a nós discutir. Estamos preocupados com a desaceleração econômica.
Lindbergh Farias

Campos Neto disse em evento em Miami que a independência da instituição é importante. Segundo ele, isso desconecta o ciclo da política monetária do ciclo político.

Crise econômica e política

O deputado diz que o crescimento da economia é essencial para estabilidade do governo. Segundo ele, Lula não pode aceitar que a taxa alta de juros provoque uma crise econômica. Para Lindbergh, BC e mercado financeiro são "intransigentes", e Lula precisa "reagir".

Vimos o que aconteceu em 8 de janeiro. Se a gente chega em dezembro com esse cenário que o mercado está prevendo, de baixo crescimento econômico e aumento do desemprego, vamos ter crise política no Brasil. Vai ter manifestação contra Lula.
Lindbergh Farias