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Haddad pede 'compreensão' do mercado: 'Bucha herdada não é pequena'

Carla Araújo e Tales Farias

Do UOL, em Brasília

01/03/2023 12h12Atualizada em 01/03/2023 13h21

Fernando Haddad pediu "compreensão" ao mercado financeiro em relação aos resultados econômicos do Brasil.

Ao UOL Entrevista, o ministro da Fazenda afirmou que a "bucha herdada" do governo Bolsonaro não é pequena. Ao justificar suas críticas, Haddad citou:

Esse tal mercado tem que ter compreensão de que a bucha herdada não é pequena e tem que ser administrada politicamente, ambientalmente, socialmente, economicamente, mas o rumo está dado. Vamos recuperar o orçamento público do ponto de vista da despesa e da receita, e vamos abrir espaço rápido para, segundo critérios do próprio Banco Central, reduzir a taxa de juros e retomar o crescimento."
Fernando Haddad, ministro da Fazenda

Haddad disse que o presidente Lula (PT) teve "sabedoria" em anunciar a medida de reoneração dos combustíveis e que a medida não irá pressionar a inflação.

A retomada da cobrança dos impostos irá fazer o Brasil caminhar para a redução dos juros sem uma pressão inflacionária, disse o ministro.

Haddad critica Guedes: 'História registra o que não cumpriu'

O ministro criticou o ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, e defendeu prudência com promessas.

Na economia, tem uma questão reputacional. O Guedes falou: no primeiro ano eu vou ter superávit, vou arrecadar R$ 1 trilhão com estatais, se o dólar chegar a R$ 5, erramos em tudo. Essas frases podem ser simpáticas para agradar o mercado no curto prazo, mas não forma reputação. No longo prazo, passa para a história como sujeito que não entregou nada."

O que mais Haddad falou sobre política econômica

  • Aumentar a meta de inflação não é um objetivo do governo. Segundo Haddad, não é a meta que faz os juros caírem, mas sim a constância do projeto econômico do atual governo;
  • Programa para ajudar endividados está pronto e depende só de aval de Lula. A reunião será na próxima segunda-feira (6).

Assista à íntegra da entrevista com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad: