Haddad pede 'compreensão' do mercado: 'Bucha herdada não é pequena'
Fernando Haddad pediu "compreensão" ao mercado financeiro em relação aos resultados econômicos do Brasil.
Ao UOL Entrevista, o ministro da Fazenda afirmou que a "bucha herdada" do governo Bolsonaro não é pequena. Ao justificar suas críticas, Haddad citou:
- A desoneração dos combustíveis promovida por Jair Bolsonaro (PL)
- A redução da arrecadação com o ICMS nos estados
- Decretos com desonerações assinados pelo ex-vice-presidente Hamilton Mourão no fim de 2022
Esse tal mercado tem que ter compreensão de que a bucha herdada não é pequena e tem que ser administrada politicamente, ambientalmente, socialmente, economicamente, mas o rumo está dado. Vamos recuperar o orçamento público do ponto de vista da despesa e da receita, e vamos abrir espaço rápido para, segundo critérios do próprio Banco Central, reduzir a taxa de juros e retomar o crescimento."
Fernando Haddad, ministro da Fazenda
Haddad disse que o presidente Lula (PT) teve "sabedoria" em anunciar a medida de reoneração dos combustíveis e que a medida não irá pressionar a inflação.
A retomada da cobrança dos impostos irá fazer o Brasil caminhar para a redução dos juros sem uma pressão inflacionária, disse o ministro.
Haddad critica Guedes: 'História registra o que não cumpriu'
O ministro criticou o ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, e defendeu prudência com promessas.
Na economia, tem uma questão reputacional. O Guedes falou: no primeiro ano eu vou ter superávit, vou arrecadar R$ 1 trilhão com estatais, se o dólar chegar a R$ 5, erramos em tudo. Essas frases podem ser simpáticas para agradar o mercado no curto prazo, mas não forma reputação. No longo prazo, passa para a história como sujeito que não entregou nada."
O que mais Haddad falou sobre política econômica
- Aumentar a meta de inflação não é um objetivo do governo. Segundo Haddad, não é a meta que faz os juros caírem, mas sim a constância do projeto econômico do atual governo;
- Programa para ajudar endividados está pronto e depende só de aval de Lula. A reunião será na próxima segunda-feira (6).
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