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Haddad elogia apreensão de joias: 'Ninguém ganha presente de R$ 16 milhões'

Haddad disse que os servidores da Receita Federal agiram corretamente ao reterem entrada de joias ilegais para Michelle Bolsonaro no Brasil - Marcello Casal Jr/Agência Brasi
Haddad disse que os servidores da Receita Federal agiram corretamente ao reterem entrada de joias ilegais para Michelle Bolsonaro no Brasil Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasi

Colaboração para o UOL, em São Paulo

06/03/2023 15h06

O ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT) elogiou a atuação dos servidores da Receita Federal por não permitirem a entrada ilegal no país de um conjunto de joias de R$ 16,5 milhões para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, e afirmou que "ninguém" ganha um presente nesse valor.

O que aconteceu:

  • Haddad destacou que "tudo concorre" para o fato de que o governo Jair Bolsonaro (PL) "não adotou os procedimentos cabíveis" para incorporar as joias ao patrimônio público, mas, sim, para ficar com os diamantes ilegalmente, sem pagar impostos;
  • O ministro elogiou os auditores da Receita por "suportarem uma pressão enorme sobre eles" e por agirem "dentro da lei para que as joias não fossem apropriadas indevidamente", além de conservarem as provas para que "a população tivesse conhecimento" do caso.
  • Haddad afirmou que "ninguém ganha presente de R$ 16 milhões" e chamou o presente dado pelo governo da Arábia Saudita à Michelle de "coisa absolutamente atípica";
  • O petista reiterou que todo brasileiro que trouxer bens do exterior é obrigado a declará-los e pagar os impostos necessários.

É uma coisa absolutamente atípica. Ninguém ganha presente de R$ 16 milhões. A Presidência da República não adotou os procedimentos cabíveis para a incorporação [das joias] ao patrimônio público, razão pela qual os auditores da Receita Federal, com muita propriedade, informaram o procedimento legal e mantiveram as joias no cofre da Receita em São Paulo, para que elas não fossem apropriadas indevidamente, por quem quer que seja."

Questionado sobre o ex-secretário da Receita Federal Julio Cesar Vieira Gomes que foi premiado por Jair Bolsonaro com um cargo na Embaixada brasileira em Paris em dezembro de 2022, após pressionar para recuperar as joias apreendidas pelo órgão, Fernando Haddad disse que o caso deve ser apurado e criticou a criação de adidos "a toque caixa" pela antiga gestão por evidenciarem ilegalidade.

O que Haddad falou sobre Julio:

  • O ministro afirmou que "tudo deve ser apurado na forma da lei e garantir ao suspeito [Julio Cesar] o direito de se defender";
  • Haddad ressaltou que desde o ano passado se sente "desconfortável com a criação desses adidos no exterior" por parecerem "coisas muito impróprias";
  • Afirmou que pediu ao presidente Lula (PT) a extinção desses adidos "para justamente evitar que esses servidores pudessem sair do Brasil e ganhar uma pequena fortuna de salário no exterior sem responder pelo que eventualmente pudessem estar fazendo no Brasil".

Dada a pressa com que a coisa foi feita, então me antecipei e pedi que nenhuma nomeação fosse feita e que essas pessoas não deixassem o país, até que a gente pudesse entender o que estava acontecendo na Receita Federal, e hoje fica mais claro que alguma coisa estranha estava acontecendo, que deve ser investigada e eventualmente os responsáveis punidos."