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Empréstimo consignado: O que você deve saber para conseguir dinheiro extra

Mariana Rodrigues

Colaboração para o UOL, em São Paulo

09/03/2023 04h00

O empréstimo consignado é um dos mais baratos do mercado, por ser um crédito com garantia e descontado direto da folha de pagamento. Então, quando uma pessoa toma um empréstimo consignado, parte da sua renda irá diretamente para o banco que emprestou.

Quem pode pegar o empréstimo consignado?

O consignado é dividido em três tipos:

  • Consignado público: para funcionários públicos
  • Consignado privado: para trabalhadores de empresas privadas
  • Consignado do INSS: para aposentados e pensionistas

O consignado está disponível apenas para os contratados no regime CLT. Não serve para quem exerce atividades como pessoa jurídica (PJ) ou MEI.

Qual o limite do empréstimo consignado?

O limite para o empréstimo é de até 35% da renda mensal. Ou seja, se a renda é de R$ 1.000, o empréstimo pode comprometer até R$ 350 mensais. O valor também depende da quantidade de parcelas.

O número de parcelas é diferente para cada categoria.

  • Funcionários públicos podem pagar em até 90 meses (sete anos e seis meses)
  • Beneficiários do INSS podem pagar em até 72 meses (seis anos)
  • Funcionários de empresas privadas têm prazo de até 60 meses (cinco anos)

O número de parcelas é avaliado caso a caso. Entram no cálculo variáveis como a idade da pessoa.

Quais as taxas de juros do consignado?

As taxas de juros do consignado são, em média, menores do que as de empréstimo pessoal, mas variam de uma instituição financeira para outra. Veja as maiores e menores taxas encontradas no mercado hoje, por tipo de empréstimo*:

Consignado do INSS

  • Taxa mensal: 1,31% a 2,17%
  • Taxa anual: 16,90% a 29,32%

Consignado público

  • Taxa mensal: 1,30% a 4,77%
  • Taxa anual: 16,82% a 74,85%

Consignado privado

  • Taxa mensal: 1,50% a 4,57%
  • Taxa anual: 19,51% a 71,30%

Empréstimo pessoal comum

  • Taxa mensal: 1,64% a 23,17%
  • Taxa anual: 21,58% a 1.119,53%

*Dados do Banco Central

Considerando taxas cobradas no Banco do Brasil, quem tomar R$ 5.000 emprestados por um ano paga os seguintes valores:

  • Consignado público: R$ 6.206,00
  • Consignado INSS: R$ 6.309,00
  • Consignado privado: R$ 6.533,50
  • Empréstimo comum: R$ 8.236,00

O que acontece se o trabalhador perder o emprego?

Caso o funcionário seja demitido, ele permanece com a dívida. Normalmente, é possível negociar para quitar a dívida com parte do valor recebido na rescisão.

Onde pegar o empréstimo consignado?

O trabalhador pode escolher o banco no qual irá tomar o empréstimo consignado. O banco não precisa ser o mesmo no qual recebe o seu salário.

Ele precisa comunicar o RH sobre o empréstimo.

Quais os riscos do empréstimo consignado?

O risco é comprometer demais a renda. O consignado pode se tornar um problema quando as pessoas acabam comprometendo cada vez mais a renda delas: "As pessoas precisam lembrar que esse é um empréstimo de longo prazo. Então o ideal é que ela não entre em novas dívidas durante esse período", declarou o professor de finanças da PUC-SP Augusto Camarico.

Outro problema é não considerar que a dívida vai crescer. Por ser um empréstimo de longo prazo, mesmo com as taxas mais baixas, o valor pago ao final do período será bem maior do que o que foi tomado.

Por isso, o empréstimo precisa ser do menor valor possível e o prazo também o mínimo necessário, disse Caramico. O especialista também alerta que o empréstimo não deve ser usado como parte da renda.

Consignado do Auxílio Brasil ou Bolsa Família não deve mais ser oferecido

O empréstimo consignado do Auxílio Brasil não deve mais ser oferecido pelos bancos neste ano. Disponibilizado em outubro do ano passado, o governo anunciou novas regras em 9 de fevereiro.

Antes, a taxa máxima de juros era de 3,5%, a parcela podia ser de até 40% do valor do benefício e o pagamento em 24 parcelas. Agora, a taxa de juros não poderá ser superior a 2,5%, o máximo de parcelamento é de 6 vezes, e o valor das parcelas não pode passar de 5% do benefício.

No ano passado, 16 instituições financeiras foram habilitadas a oferecer a modalidade. Mas algumas nem começaram e outras suspenderam a oferta.

Fontes consultadas para este texto:

  • Augusto Caramico, professor de finanças da PUC-SP
  • André Sandri, planejador financeiro e fundador da instituição sem fins lucrativos EDUCA$