Quais são as empresas envolvidas em suposto golpe contra Scarpa e Mayke?
Os jogadores Gustavo Scarpa, do Nottingham Forest, e Mayke, do Palmeiras, alegam ter sido vítimas de um golpe após investirem R$ 10,8 milhões em criptomoedas. Os dois foram à Justiça contra três empresas envolvidas na operação: a WLJC, do jogador Willian Bigode, a Xland Holding e a Soluções Tecnologia Eireli.
Veja quem é quem no caso, entenda as acusações e saiba o que dizem as empresas processadas.
WLJC
A principal atividade da WLJC é prestar serviços de consultoria e gestão empresarial, "exceto consultoria técnica específica", de acordo com dados do CNPJ consultados pelo UOL. Em seu site oficial, a empresa ainda cita:
- gestão de investimentos
- controle de boletos e transferências a pagar, receber ou fazer
- mentoria de inteligência financeira, em encontros presenciais ou online para desenvolver autoconhecimento, "perfil comportamental" e mudanças na vida financeira, entre outros.
O jogador Willian Bigode, do Fluminense, está registrado como sócio-administrador da WLJC. No site, aparece como sendo um dos fundadores.
Também constam como sócias Loisy Marla Coelho Pires de Siqueira (esposa de Bigode) e Camila Moreira de Biasi Fava.
Xland
A Xland é uma holding de instituições não financeiras, de acordo com seu CNPJ. Na prática, ela funciona como uma estrutura central que administra e controla as ações de outras empresas. Jean do Carmo Ribeiro e Gabriel de Souza Nascimento são os dois sócios-administradores da Xland.
Em seu site, a empresa nega ser uma instituição financeira. Ela diz que é uma exchange de criptoativos, ou seja, apenas compra e vende criptomoedas.
Ela diz que não está sujeita às regulações da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) ou do Banco Central. Corretoras de criptomoedas, hoje, não precisam estar registradas na CVM, diferentemente de outras corretoras de investimentos.
Soluções Tecnologia Eireli
A Soluções Tecnologia Eireli presta "atividades de intermediação e agenciamento de serviços e negócios em geral, exceto imobiliários", de acordo com seu CNPJ. A empresa ainda oferece suporte técnico e outros serviços em tecnologia da informação, bem como tratamento de dados na internet.
Foi aberta em 2018, tem sede em São Paulo e um único dono: Jucimar Gomes.
Quais são as acusações?
Scarpa e Mayke acusam a WLJC de indicar o investimento que causou prejuízo de quase R$ 11 milhões aos dois. O primeiro colocou R$ 6,3 milhões; o segundo, R$ 4,58 milhões.
Os jogadores afirmam que a Xland teria prometido rendimento mensal de 3,5% a 5% ao mês. Especialistas ouvidos pelo UOL, porém, dizem que esse tipo de ganho é "muito fora da curva", especialmente quando envolve um investimento tão instável quanto criptomoedas.
A defesa de Scarpa diz que o jogador solicitou a rescisão do contrato e a devolução do dinheiro investido em 19 de agosto de 2022. O pedido de resgate de Mayke foi feito pouco depois, em 5 de outubro. Até agora, nenhum dos atletas recebeu o dinheiro.
A Soluções Tecnologia Eireli, ainda segundo a ação de Scarpa, foi responsável por receber e transformar os reais investidos em criptomoedas. Mayke chegou a pagar R$ 1,3 milhão diretamente à empresa, de acordo com sua defesa.
O que dizem as empresas
- WLJC
Em nota enviada ao UOL Esporte na semana passada, Willian Bigode e WLJC se disseram "vítimas" da Xland. Eles dizem ter tido prejuízo de R$ 17,5 milhões.
Destaca-se que a empresa WLJC não é uma corretora, muito menos tem poderes para realizar investimento em nome de seus clientes, atuando exclusivamente no ramo do planejamento financeiro.
WLJC, em nota
A WLJC disse ainda que apenas Mayke é seu cliente, de fato. Quanto a Scarpa, a empresa afirma ter prestado "informações com relação à Xland e qual o procedimento para investir". Todos os valores foram transferidos "diretamente para as contas da Xland", ainda de acordo com a WLJC.
- Xland
Procurada pelo UOL Economia, a Xland, por sua vez, disse que os "incidentes" pelos quais vem passando são consequência de um problema com a FTX, uma corretora de criptomoedas com sede nos Estados Unidos e que faliu no ano passado.
Todos os recursos da empresa estão congelados em um processo judicial de recuperação da FTX que se desenrola nos EUA. (...) Os jogadores do Palmeiras que foram a público, bem como todos os demais investidores que possuem crédito com a Xland, receberão respostas formais dentro dos processos que já foram devidamente ajuizados.
Xland, em nota
Os sócios da empresa — Jean e Gabriel — também isentaram Willian Bigode de culpa pelo problema.
- Soluções Tecnologia Eireli
O UOL procurou a empresa para comentar o caso e aguarda resposta.
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