Vale a pena pagar seguro de celular? Saiba o que cobre e se é para você
Você tem dúvida sobre pagar um seguro para o celular? É preciso estar atento às pegadinhas, saber exatamente o que o seguro pode cobrir, e fazer as contas para saber se o custo vale a pena para você. O gasto varia conforme o valor do celular e o plano.
Como funcionam os seguros?
- A busca por seguros para celular mais do que triplicou no Brasil nos últimos cinco anos. Atualmente, cerca de 10 milhões de aparelhos contam com seguros, segundo informações da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg).
- A cobertura de cada plano depende dos itens escolhidos e de cada seguradora. É possível segurar o aparelho em casos de roubo, furto e queda através da contratação. Quem presta os serviços são seguradoras, operadoras e bancos.
- Você contrata um plano para cobrir eventuais danos. Caso uma destas situações previstas em contrato aconteça, de fato, o segurado tem direito a receber uma indenização.
O que o seguro para celular pode cobrir?
Segundo a FenSeg, as coberturas mais buscadas são:
- Roubo e furto. O roubo é caracterizado quando a pessoa sofre ameaça física verbal ou uso de força bruta (exemplo: assalto com uma faca, canivete ou arma). O furto ocorre quando a pessoa não sofre ameaça e só percebe que foi furtada após o fato ter ocorrido.
- Furto qualificado. Acontece quando há vestígios do crime, como notar que o celular foi roubado por um rasgo na bolsa ou uma gaveta arrombada.
- Danos acidentais. Cobre o reparo de avarias decorrentes de quedas acidentais, imersão em líquidos. No caso de não ser possível realizar o reparo do bem, o segurado recebe um novo aparelho. É preciso estar atento aos tipos de líquido. Algumas operadoras especificam nos contratos se contemplam água doce, salgada ou com cloro.
- Atenção: nem todos os planos contemplam o furto simples. Isso acontece quando a pessoa não percebe o sumiço do celular. Preste atenção em outras limitações de coberturas, para não ficar sem direitos depois.
O que o seguro para celular não cobre?
- Má utilização
- Desgaste natural por uso
- Não cumprimento das instruções do manual do fabricante
- Furto devido ao abandono do aparelho
- Perda
- Rachaduras na tela
- Extravio do equipamento
Quanto custa um seguro para celular?
- O valor depende da seguradora, marca e modelo do aparelho e do que irá cobrir.
- Algumas companhias cobram um valor extra quando o seguro é acionado. Assim, além do valor pago mensalmente, a pessoa deve ainda desembolsar uma taxa, chamada de franquia, se decidir resgatar o seguro. Essa franquia normalmente custa de 10% a 25% do valor do aparelho. Na prática, é como se você pagasse uma parte do novo celular, e a seguradora o restante.
- Franquia é considerada uma das pegadinhas. Muitas pessoas não se atentam a isso e, na hora que precisam resgatar, se surpreendem com um valor a mais pagar.
- Valor básico é de cerca de R$ 20 por mês para celulares mais simples. A Vivo, por exemplo, possui planos básicos para roubo e furto a partir de R$ 19,59 mensais para as categorias 'Roubo e Furto' para um Samsung Galaxy A31 128 GB (aparelho novo).
- O seguro do mesmo modelo Samsung na seguradora Pier custa R$ 23,30 por mês. Mas não cobre um celular novo, apenas um seminovo. Para um iPhone 11 PRO MAX 256 GB, o valor para 'Roubo e Furto' é de R$ 103,95 na Vivo.
- Os seguros simples não cobrem totalmente a troca do aparelho. As coberturas dos planos básicos cobrem no total um valor de R$ 600 a R$ 1.000 para a troca por outro aparelho.
- Pesquise e entenda o que o seguro cobre. Para encontrar o melhor custo-benefício, a educadora financeira Sílvia Machado indica que o consumidor compare preços e verifique se na sua instituição bancária ou operadora, por exemplo, há algum tipo de desconto por já ser cliente.
- Seguro também protege contra golpes. Existe também o seguro virtual, uma modalidade ainda rara, para blindar o consumidor de golpes financeiros a partir de invasão de celulares. A cobertura é limitada (veja mais aqui). Bancos como Bradesco e Itaú oferecem. O custo médio de vai de R$ 8,99 a R$ 15,99 por mês, cobrindo golpes feitos pelo Pix e transferências indevidas.
- Há ainda seguros mais amplos. Eles protegem o sistema do aparelho e documentos, programas e também outras informações de relevância que estejam no aparelho. Ainda são muito caros e restritos. Segundo Sílvia, essa modalidade é usada atualmente apenas por empresas ou por quem tem mais dinheiro.
Do que preciso para contratar ou acionar o seguro?
- Marca do celular
- Modelo do aparelho
- Número de série do celular
- Data em que foi comprado/tempo de uso
- Em caso de roubo ou furto, além da identificação do segurado e do aparelho, as seguradoras em geral pedem o boletim de ocorrência policial.
Há desvantagens dos seguros para celular?
- Plano simples não cobre tudo. O principal risco na contratação dos seguros é o consumidor achar que conseguirá cobertura total adquirindo um plano simples. Quanto mais completo o plano, maior o seu valor, diz a coordenadora da graduação em Economia do Insper, Juliana Inhasz.
- É preciso saber o que foi contratado. Para a coordenadora do curso de Economia do Insper, Juliana Inhasz, a maior pegadinha é em relação à diferença de furto e roubo. "Ninguém te conta que se você estiver andando com o celular na orelha na avenida Paulista e alguém passar de bicicleta e levar, você não será ressarcido [se não proteger contra furto]. É preciso saber exatamente o que é coberto", explica.
- É possível que o seguro não devolva o valor. Eles entendem que o usuário se expôs a um risco e foi negligente com o aparelho. Um plano que cobre roubo a mão armada, mas não contempla os furtos, pode não servir para a maioria das pessoas.
- Também não cobrem danos simples. Os especialistas ouvidos pelo UOL são unânimes ainda ao afirmar que a maioria dos planos não permite que o seguro seja acionado quando apenas a tela do aparelho é trincada ou rachada, mas o celular continua em pleno funcionamento.
- É preciso fazer contas para ver se vale a pena. A chance de uma pessoa cuidadosa ter problemas técnicos ou ser roubada é bem menor.
- Depende do seu trabalho. Sílvia Machado destaca que uma pessoa que trabalha com vendas, por exemplo, precisa do celular como um instrumento de trabalho e a contratação de um seguro é vantajosa. No entanto, uma pessoa que trabalha em home office, por exemplo, está menos exposta aos riscos de sofrer furtos no transporte público.
- Nesses casos, pagar seguros muito altos faz com que você esteja dando dali a um tempo outro celular para a seguradora, diz Inhasz.
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