Conteúdo publicado há 10 meses

Meirelles defende BC e diz que só 'política fiscal séria' irá reduzir juros

O ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do BC (Banco Central) Henrique Meirelles defendeu o banco estatal e disse que só uma "política fiscal séria" vai reduzir os juros no País.

O que aconteceu?

Para Meirelles, "não são ataques que vão fazer o BC reduzir a Selic". Em coluna publicada no jornal O Estado de São Paulo, o ex-chefe do banco criticou ataques contra o órgão e disse que eles também "não mudam a tendência da inflação para 2024".

Arcabouço fiscal "pode não ser suficiente", diz o ex-ministro. Na avaliação dele, o encaminhamento da proposta para última votação é "importante", mas Meirelles destacou a três exceções ao teto de gastos acrescentadas do relator da proposta no Senado.

O senador Omar Aziz (PSD-AM) tirou do limite o Fundeb (Fundo Nacional da Educação Básica), o Fundo Constitucional do Distrito Federal e as despesas com ciência, tecnologia e inovação.

"A justificativa pública de que gastos com ciência e tecnologia são baixos - cerca de R$ 7 bilhões em valores para este ano - e necessários é comum e insuficiente", escreveu Meirelles.

Corremos o risco de entrar numa seara perigosa, na qual se um pode, todos querem. Para os interessados, todo gasto público é imprescindível e sempre há razões nobres para defender situação semelhante." Henrique Meirelles, ex-presidente do BC e ex-ministro da Fazenda

BC manteve Selic em 13,75% ao ano

Na semana passada, o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC decidiu manter a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 13,75% ao ano. Esse foi o mesmo percentual fixado pelo comitê nas últimas oito reuniões, desde agosto de 2022, considerando a primeira elevação da taxa e as sete manutenções até hoje.

A manutenção da taxa gerou reações negativas no governo. O presidente Lula voltou a criticar Roberto Campo Neto, presidente do BC, e disse que ele "joga contra a economia brasileira".

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As críticas também vieram de Fernando Haddad. O atual chefe da Fazenda disse que a decisão do Copom foi "muito ruim" e contrata para o futuro um aumento na inflação e na carga tributária. "Há um descompasso entre o que está acontecendo com o dólar, com a curva de juros, com a atividade econômica. É um claro sinal de que podíamos sinalizar um corte na taxa Selic", afirmou.

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