Fazendas de ex-presidente João Goulart vão à venda por R$ 254 milhões no RS
Fazendas do ex-presidente do Brasil João Goulart foram colocadas em leilão no Rio Grande do Sul.
O que aconteceu:
A terceira geração de descendentes decidiram leiloar duas das propriedades, 47 anos após a morte dele. O primeiro leilão encerrou nesta sexta-feira (28), às 15h e o segundo vai até o dia 11 de agosto, às 11h.
Juntas, as fazendas somam quase 5 mil hectares, e estão avaliadas em R$ 254 milhões. Segundo o site no qual o leilão está hospedado, há uma mensagem que esclarece que a venda não é fruto de decisão judicial.
"A família decidiu vender as duas fazendas. À vista com valor reduzido. Comprou, pagou levou. Não é judicial", diz o texto.
A Fazenda Cinamomo, localizada em Itaqui (RS), possui 2.727 hectares e será leiloada por R$ 173.900.787,20. Segundo o site, a propriedade tem 90% de sua área agricultável e ideal para o cultivo de grãos.
"A Fazenda atualmente é utilizada para a criação de gado, oferecendo uma estrutura completa e adequada para essa atividade. Com mangueira completa, composta por palanques de Pau Ferro e Listões de Ipê", diz o anúncio.
Já a Fazenda Presidente João Goulart possui 2.121 hectares e será leiloada por R$ 80.716.195,20. A propriedade fica na cidade de Itacurubi (RS), com 55% de terras destinadas à agricultura e 45% para a pecuária.
"Um destaque importante da Fazenda Presidente João Goulart é a presença de açudes em todas as invernadas de vertente, o que garante o abastecimento de água em abundância", indica o anúncio.
Quem foi João Goulart
Nascido no Rio Grande do Sul, e conhecido como Jango, João Goulart iniciou sua vida política, na década de 1940, por influência de Getúlio Vargas.
Jango assumiu a presidência em 1961, mas foi retirado do poder pelos militares há 59 anos, no golpe que aconteceu em 31 de março de 1964.
Depois do golpe, Jango fugiu do Brasil e exilou-se no Uruguai. Passou a dedicar-se aos trabalhos na fazenda que adquiriu no país vizinho. Enquanto isso, os militares iniciavam as primeiras perseguições em nosso país, dando uma amostra de todo o autoritarismo que se instalaria no Brasil por 21 anos.
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