Que Mappin é esse? Loja revive no e-commerce, mas só com produtos Marabraz

O Mappin quer voltar a conquistar os consumidores. Mas por enquanto, apenas no comércio eletrônico. A marca, que teve seu auge na década de 1980, foi comprada pela Marabraz e relançada na internet. O site, no ar desde 2019, passou por uma reformulação em julho e a meta é se transformar em uma plataforma para marketplace.

O que aconteceu?

A loja de departamentos, que fechou em 1999, voltou só com produtos Marabraz. No lugar da loja de departamentos, com ampla oferta de artigos, o novo Mappin oferece uma gama limitada de produtos. O que é oferecido é o mesmo leque de artigos vendidos pela dona da marca. Basicamente guarda-roupas, sofás, conjuntos de mesas e cadeiras e móveis multifuncionais.

Nas redes sociais, a marca usa o slogan "Reviva o Mappin!". O Mappin foi uma das maiores lojas de departamento do país e viveu o seu apogeu entre as décadas de 1970 e 1980. Nos anos 1990, o varejista viveu o seu momento de expansão e endividamento, fechando as portas em 1999. A foi comprada pela Marabraz em um leilão público em 2009 por R$ 5 milhões.

O novo Mappin segue os preços das Lojas Marabraz. O consumidor encontra os mesmo produtos e preços oferecidos no site da dona da marca, conhecida pelo slogan "Preço menor ninguém faz". Toda a logística também fica por conta da dona da Marabraz, com entrega para todo o país.

No futuro, mas ainda sem uma data definida, será lançada uma linha premium para diferenciar os produtos vendidos no Mappin da Marabraz.

Diretoria da empresa diz que, numa segunda fase, o site se tornará um grande markeplace para a comercialização de diversos produtos. Não foi divulgado, no entanto, nenhuma previsão de data ou cronograma.

Existe a possibilidade de lançar loja física no conceito megastore. Modelo seria focado em inovação e omnichannel (mesmas ofertas e mesmos preços do site). Por ora, trata-se apenas de um projeto em avaliação.

'Chegou a hora, Mappin'

Fachada do Mappin (Casa Anglo Brasileira S.A.), na praça Ramos. (São Paulo, SP, 06.02.1997)
Fachada do Mappin (Casa Anglo Brasileira S.A.), na praça Ramos. (São Paulo, SP, 06.02.1997) Imagem: Paulo Giandália/Folhapress

A primeira loja foi aberta em São Paulo em 1913. As especialidades da loja eram produtos finos, cristais, pratarias, relógios, joias e porcelanas importadas. Se tornou uma loja de departamentos, tendo como referência as lojas da França e Inglaterra. Relembre aqui a história da origem da marca.

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Com sua expansão, o Mappin chegou em 1939 ao seu famoso edifício na Praça Ramos de Azevedo. No endereço no centro da capital paulista passou a funcionar quase como um shopping center. No local, os departamentos — de roupas, eletrodomésticos, brinquedos etc — eram distribuídos pelos diversos andares do prédio, conectados por elevadores.

No ano de 1983, o Mappin foi considerado a empresa do ano. Se tornou uma das marcas mais conhecidas pelos consumidores, com jingles inesquecíveis para os paulistanos mais antigos como o "Mappin, venha correndo, Mappin, chegou a hora Mappin, é a liquidação" .

Os anos 90 foram marcados por forte expansão e prejuízos. Adquiriu cinco lojas de outra gigante da época, a Sears. Além de abrir lojas em shoppings e em outras cidades. Com o crescimento, veio o endividamento. Em 1995, foi anunciado um prejuízo histórico de R$ 20 milhões em valores da época.

Foi vendido para o empresário Ricardo Mansur por R$ 25 milhões, em 1996. O ex-gestor do Crefisul comprou em seguida as lojas da Mesbla, antiga concorrente. O movimento gerou um prejuízo ainda maior. Em 1999, o Mappin acumulava 300 pedidos de falência.

Em 1999, fechou as portas. A crise econômica e os problemas administrativos resultaram em prejuízo financeiro, e a falência decretada com dívidas de R$ 1,12 bilhão. As lojas foram fechadas, 2 mil funcionários ficaram desempregados.

Mansur foi condenado a prisão em 2011. O ex-gestor foi condenado a 6 anos de reclusão em regime semiaberto por crime de gestão temerária de instituição financeira. Em 2020, após uma audiência de custódia, Mansur teve a prisão domiciliar decretada.

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