Decisão do Copom era esperada e tom de cautela é importante, diz mercado

O Copom (Comitê de Política Monetária) reduziu a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual nesta quarta-feira (31). A taxa passou de 11,75% para 11,25% ao ano na quinta queda consecutiva, que leva a Selic ao menor patamar desde março de 2022, quando estava em 10,75% ao ano. Especialistas ouvidos pelo UOL dizem que a decisão veio dentro do esperado e que o tom de cautela adotado pelo BC é importante.

O que aconteceu

A decisão não surpreendeu o mercado. Maykon Douglas, economista da holding de investimentos Highpar, afirma que o comunicado do BC não trouxe grandes mudanças em relação ao último, divulgado em dezembro do ano passado, e que tom de "parcimônia" é importante.

O comunicado não trouxe alterações relevantes com relação aos próximos passos, ao evidenciar o cenário "desafiador" e o processo incompleto de retorno das expectativas de inflação para a meta. Essa parcimônia do BC é importante diante dessas fortes incertezas, mas a conjuntura continua desestimulando apostas de cortes maiores.
Maykon Douglas, economista da Highpar

Sinalização para as próximas reuniões foi um dos destaques do comunicado. Yihao Lin, coordenador econômico da Genial Investimentos, afirma que o destaque foi o BC dizer que vai manter a redução de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões.

Na nossa avaliação, essa postura mais cautelosa se mostra bastante correta por parte do Banco Central Brasileiro. Assim como nos Estados Unidos a atividade econômica está se mostrando mais resiliente do que o antecipado, dado o nível de aperto monetário.
Yihao Lin, coordenador econômico da Genial Investimentos

Comunicado deve fazer mercado reagir de forma positiva nesta quinta-feira (1º). Vinicius Moura, economista e sócio da Matriz Capital, afirma que o otimismo está ligado à previsibilidade ter sido cumprida.

Expectativa para os juros

Copom deve promover queda de mesma magnitude na próxima reunião. O Comitê sinalizou, em nota, que deve reduzir os juros em 0,5 ponto percentual na reunião de março caso o cenário permaneça dentro do esperado pelo grupo.

Ainda não se sabe até quando o Copom vai reduzir a taxa de juros. O Comitê afirma que a existe uma necessidade de continuar com a política monetária contracionista até que se consolide um processo de desinflação e também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas, ou seja, a garantia de que o BC conseguirá cumprir as metas de inflação previstas para os próximos anos. A meta de inflação para 2024 é de 3%.

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