Conta Azul passou pelo Vale do Silício e hoje simplifica gestão de negócios

Vinicius Roveda, 41, estava prestes a desistir da sua startup quando ela foi selecionada por uma aceleradora americana. Foi a 500 startups que fez a Conta Azul, ainda embrionária, sair do papel, depois de quatro anos de sua concepção.

"Estávamos prestes a desistir quando a empresa foi selecionada por uma das principais aceleradoras americanas, a 500 Startups, com um investimento inicial e a mudança para o Vale do Silício, que nos deu acesso a conhecimento para acertar o modelo e a investidores que apoiaram a escala dos negócios", diz Roveda, CEO da Conta Azul. A aceleradora 500 Startups tem mais de 2.300 investidas. Hoje, é parte da 500 Global, com mais de US$ 2,4 bilhões em ativos.

A Conta Azul, aberta oficialmente em 2012, é uma empresa de gestão de negócios, centralizando informações e com integração com governo e bancos, além de produtos para contadores. Em 2014, foi eleita pela Fast Company uma das 10 empresas mais inovadoras da América do Sul, e tem investidores de peso por trás, como Monashees, Tiger Global Management e BTG.

Avó foi sua grande inspiração

Roveda diz que o seu gosto pelo empreendedorismo surgiu por causa da avó materna. Orfila tinha uma loja que vendia material escolar, roupas, tecidos e brinquedos, em Soledade (RS). "Durante as minhas férias escolares, eu gostava de ajudar no negócio. Me sentia muito bem no ambiente e de cuidar dos clientes, dos processos, dos produtos", diz. A avó saiu da zona rural para empreender na cidade, mas passou por dificuldades e por algumas decisões erradas, como a compra de um estoque desproporcional, até fechar.

Foi incentivado pelo pai a se dedicar ao curso de ciências da computação. Aos 17 anos, em 1999, ele foi fazer o curso em Joinville (SC). Para se sustentar, Roveda começou a trabalhar em empresas de tecnologia. "Mas sentia vontade de aprender mais sobre gestão e negócios", diz. Após a faculdade, ele fez MBA de gestão empresarial na FGV (Fundação Getúlio Vargas). Depois, entre outros cursos, ele estudou estratégia e liderança na Harvard Business School, nos EUA, em 2018.

Sua primeira empresa era de tecnologia. Em 2007, Roveda abriu a Informant com outros dois amigos —um deles é o José Carlos Sardagna, fundador e sócio da Conta Azul. A Informant era uma empresa de tecnologia que oferecia serviços de terceirização de desenvolvimento de software. Mas os fundadores decidiram se dedicar completamente à Conta Azul em 2011, ao lado do também cofundador João Augusto Zaratine.

Recebeu incentivo de aceleradora

A ideia de ter uma empresa especializada em ERP de gestão financeira surgiu em 2007. Roveda e os amigos só conseguiram tirá-la do papel em meados de 2011, quando a Conta Azul, ainda embrionária, foi selecionada pela 500 Startups, com um investimento inicial (valor não foi revelado). Os três foram para os EUA.

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"Entre 2008 e 2012 o ecossistema de empreendedorismo e startups no Brasil era praticamente inexistente. Foi muito difícil acertar o modelo de negócio e captar os recursos para escalar o negócio", declara.

Passamos cinco meses no Vale do Silício. Para uma empresa que ainda era embrionária, isso foi o pulo do gato.
Vinicius Roveda, fundador e CEO da Conta Azul

ERP em nuvem é o coração da empresa

O principal produto é o Conta Azul Pro. É o ERP em nuvem, simples de usar, feito para aumentar o controle e otimizar a gestão financeira dos donos de negócio. A ideia é automatizar a rotina financeira de uma empresa, e gerenciar clientes, emitir notas fiscais, automatizar a cobrança de clientes, conciliar os extratos bancários, controlar fluxo de caixa e outros em um só lugar.

Outro produto é exclusivo para contadores. A Conta Azul Mais é um sistema de automação contábil, em nuvem, que dá mais produtividade e competitividade para o contador, com tudo integrado: financeiro, fiscal, contábil, etc.

Se grandes empresas podem contar com sistemas gigantescos de gestão, a ideia é oferecer esse tipo de acesso a pequenas e médias empresas. A empresa tem cerca de 90 mil clientes e 10 mil parceiros do mercado contábil. A média dos planos oferecidos é de R$ 280 por mês.

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Ao longo dos anos, construímos um modelo de negócio escalável e que nos permite oferecer um preço muito mais acessível. A Conta Azul democratizou o acesso ao ERP às pequenas empresas.
Vinicius Roveda, fundador e CEO da Conta Azul

A empresa não abre os dados financeiros, mas garante que tem lucro. "Podemos afirmar que a empresa opera na lucratividade, demonstrando excelentes níveis de Ebitda e geração de caixa", afirma.

Tem investidores de peso por trás. Os principais investidores são Monashees, que também investiu na Rappi, Loft, 99, Loggi e outras, Tiger Global Management, com investimentos em centenas de startups e BTG.

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