'Economia global tem crescido acima do esperado', diz Janet Yellen

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, afirmou que a economia global tem apresentado um crescimento acima do esperado e a inflação tem caído nos últimos meses.

A declaração foi dada na manhã desta terça-feira (27) em uma entrevista coletiva à imprensa que antecede a reunião de ministros e Finanças e presidentes de bancos centrais do G20 — grupo dos 20 países mais ricos do mundo —, que será nesta quarta (28) e quinta-feira (29) em São Paulo.

O que aconteceu

Janet Yellen declarou que a economia global subiu 3,1% em 2023. A secretária do Tesouro disse que o desempenho dos Estados Unidos foi essencial para jogar o crescimento global para cima no último ano. Ela também citou o avanço econômico do do Brasil no primeiro ano de governo Lula (PT) como importante para o desenvolvimento desse cenário..

Por outro lado, Yellen disse em seu discurso que algumas economias enfrentam desafios. No entanto, ela não mencionou quais países estão em dificuldade no momento.

A secretária destacou em sua fala as políticas da administração de Joe Biden. Ela mencionou, por exemplo, investimentos em infraestrutura, energia limpa e na indústria. Yellen também pontuou que a inflação dos Estados Unidos está em queda, enquanto o mercado de trabalho está aquecido.

Ela avalia que 2024 deve ser positivo para os EUA. Em ano de eleição presidencial, Yellen disse que a economia norte-americana está "muito, muito bem" por causa da oferta de trabalhos e que a inflação está sob controle, conforme prevê o Fed (Federal Reserve). Ela acredita que é possível que a taxa de inflação norte-americana fique em 2% em 2024.

Estamos cientes dos riscos que as perspectivas globais enfrentam e continuamos a monitorar cuidadosamente os desafios econômicos em determinados países, mas a economia global permanece resiliente. Janet Yellen, secretária do Tesouro dos EUA

Yellen também fez uma crítica velada ao ex-presidente Donald Trump. Sem mencionar o nome do magnata, que provavelmente concorrerá à Presidência contra Biden, a secretária citou uma fala do atual presidente sobre o fim do isolamento dos EUA. Na avaliação dela, o país norte-americano fortaleceu parcerias multilaterais. "Isso [uma mudança na liderança do país] só prejudicaria a população e minaria os valores que compartilhamos com nossos parceiros e aliados", destacou.

O avanço da economia mundial superou o pessimismo, disse Janet Yellen. Órgãos como o FMI (Fundo Monetário Internacional) previram queda da atividade econômica mundial em 2023.

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Apoio ao Brasil no G20

Yellen disse que os EUA estão alinhados com as perspectivas do Brasil na presidência do G20. Em sua fala, a secretária do Tesouro declarou que defende o plano do Brasil de promover uma aliança global para combater a fome, a pobreza no mundo.

"Isso está alinhado com o nosso trabalho em casa de chegarmos em pessoas e lugares que muitas vezes foram deixados para trás." Janet Yellen, secretária do Tesouro dos EUA

Ela também disse que o país apoia o plano brasileiro de criar um fórum para países da África. O objetivo é fazer com que se discutam as dívidas dos países do continente, além de ampliar o debate sobre o financiamento de políticas voltadas para as mudanças climáticas.

Yellen também condenou as ações da Rússia e do Hamas nos respectivos conflitos. Ela criticou o presidente russo, Vladimir Putin, ao dizer que o início do terceiro ano de guerra na Ucrânia é uma "escolha" dele. A secretária também declarou que os esforços do governo norte-americano vão no sentido de combater o financiamento ao Hamas.

A secretária do Tesouro escreveu uma carta para o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu. Nela, Yellen afirma que pediu a ele que volte a permitir a entrada de palestinos para trabalhar em Israel e que aumente as transações econômicas com a Cisjordânia.

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"A economia global não pode ser minada pelo terrorismo", disse Janet Yellen, avaliando que o conflito no Oriente Médio ainda não trouxe "impactos significativos" à economia global.

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