Shein anuncia expansão e investe para atrair comércio popular do RJ

A Shein anuncia a expansão do marketplace para cinco estados, começando pelo Rio de Janeiro. Raul Jacob, diretor de marketplace da Shein, afirma, em entrevista exclusiva ao UOL, que a empresa está investindo em logística para atrair mais vendedores locais para a plataforma, principalmente do comércio popular do Rio. A meta é ter 2.000 vendedores do estado até o final de março.

Expansão do marketplace

O marketplace é um dos braços da operação da Shein e só contava com lojas de São Paulo. O plano de expansão começa pelo Rio de Janeiro, seguido de Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, respectivamente.

Hoje a empresa trabalha com a venda de produtos importados, a produção nacional e o marketplace. O último é basicamente um espaço que reúne vendedores locais na plataforma e a marca atua como a intermediadora entre o vendedor e o cliente. A venda é do lojista, mas a Shein é responsável pela logística dos produtos e recebe uma comissão pelas vendas.

A entrada dos vendedores locais foi lançada oficialmente em abril de 2023. O foco inicial eram lojas da grande São Paulo que atuavam no ramo de vestuário — o comércio popular da região do Brás e Bom Retiro foi um dos locais que teve mais atenção da marca no começo da operação. Hoje a plataforma tem 15 mil vendedores e aceita praticamente todas as categorias de produtos, exceto alimentos e bebidas.

A Shein tem três principais objetivos com a expansão do marketplace. São eles: oferecer maior variedade de produtos ao consumidor, deixar as entregas e o atendimento ao cliente mais rápidos e apoiar a economia local, segundo a marca.

Nós enxergamos uma oportunidade muito grande em lojistas, principalmente do Brás e do Bom Retiro, que é uma região de São Paulo que tem bastante fábricas. É uma concentração de famílias que tinham bastante conhecimento do ramo e criaram suas fábricas ali, mas é uma região que não estava no online.
Raul Jacob, diretor de marketplace da Shein

O maior desafio da expansão é prestar um serviço de qualidade aos vendedores, diz Jacob. "O lojista quer estar aqui dentro, mas eu preciso tomar cuidado para chegar nele. O desafio é combinar a boa experiência que eu quero fornecer com a cobertura com a expansão logística", afirma.

Raul Jacob, diretor de marketplace da Shein
Raul Jacob, diretor de marketplace da Shein Imagem: Divulgação/ Shein

Por que o Rio de Janeiro?

O Rio de Janeiro é um local estratégico para a Shein. A empresa já cadastrou cerca de 500 vendedores no estado neste ano e a meta é chegar a 2.000 até o final de março. O foco da expansão está em 14 cidades: Rio de Janeiro, Niterói, Duque de Caxias, Nova Friburgo, São Gonçalo, Petrópolis, Nova Iguaçu, São João de Meriti, Volta Redonda, Belford Roxo, Três Rios, Mesquita, Cordeiro e Bom Jardim.

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A gente investe nessa logística agora no Rio de Janeiro com a expectativa de que até o final de março a gente tenha 2.000 vendedores e continue crescendo bastante acelerado. Depois, a gente parte para começar a ampliar Minas Gerais, o segundo estado [da expansão].
Raul Jacob, diretor de marketplace da Shein

O número de empresas do Rio de Janeiro foi o que motivou a Shein a começar a expansão por lá. Jacob diz que mesmo que o estado tenha menos habitantes do que Minas Gerais, por exemplo, foi a escolha principal pela quantidade de companhias de varejo e atacado que estão no estado.

A Shein está fazendo a expansão em um estado por vez porque os custos com a logística são caros, segundo Jacob. No entanto, o diretor afirma que não pode informar qual o valor que a empresa está investindo na expansão.

Jacob compara a região do Saara, no Rio de Janeiro, com o Brás e Bom Retiro, em São Paulo. Ele diz que já fez reuniões com a associação comercial do local para atrair mais vendedores para a plataforma. O Saara é um local que reúne cerca de 800 lojas, a maioria voltada ao comércio popular.

Investimento em logística

Os produtos comercializados no marketplace são enviados pelo vendedor até o centro de distribuição da Shein. Lá, os produtos são agrupados e enviados ao destino. Isto significa que se o consumidor comprou quatro peças em lojas diferentes, elas devem chegar ao mesmo tempo, no endereço de entrega. Isto faz com que a Shein consiga economizar com os custos logísticos.

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No começo da operação, o custo com os parceiros logísticos é muito alto. Por isso a gente escolhe onde investir. Financeiramente é um valor alto para a gente arcar com esse custo inicial. Focamos agora nessa expansão no Rio de Janeiro, consciente disso, de que o custo logístico não é o mais eficiente possível nesse momento.
Raul Jacob, diretor de marketplace da Shein

A marca não tem pretensão de abrir centros de distribuição em outros estados por enquanto. Hoje, a Shein tem três centros localizados em Guarulhos (SP).

A Shein tem quatro parceiros logísticos para a coleta dos produtos nos vendedores: Anjun, Pegaki, Imile e Drops. Para o processo de entrega, a empresa trabalha com Correios, Loggi, Moove+, Total Express, Anjun, Imile, J&T e Jadlog. Todo o investimento da empresa está sendo feito nos parceiros de coleta de mercadorias.

Investimento no Brasil

A aposta da Shein no marketplace no Brasil não foi por acaso. Concorrência e a resposta do público à marca foram o que motivaram a empresa adotar esta estratégia de negócio e hoje a meta é aumentar o número de vendedores locais. A expectativa da Shein é que, até o final de 2026, cerca de 85% de suas vendas sejam locais, tanto de fabricantes (produção local) como de vendedores nacionais (marketplace). Hoje o marketplace representa 55% de todas as vendas da Shein.

A empresa conta com mais de 330 fábricas parcerias no Brasil. Esses fabricantes estão localizados em Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Norte.

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Antes de 2022, por exemplo, a Shein só tinha uma operação de importação aqui. A tomada de decisão de que o Brasil vai ser o piloto de marketplace está atrelada à oportunidade do negócio no país, muito já mostrado pela nossa concorrência e pela resposta do público para marca.
Raul Jacob, diretor de marketplace da Shein

O que consumidor pode esperar

A vantagem para os clientes é ter acesso a mais mercadorias no mesmo espaço, segundo Jacob. Hoje, a Shein tem dois milhões de produtos cadastrados na plataforma. Com aumento da concorrência, o consumidor terá acesso a novos produtos e maior competitividade de preços.

A Shein pretende lançar mais lojas pop-up ao longo de 2024. Estas lojas são abertas por um período específico. Até hoje, já foram lançadas cinco. Em 2022, no Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP) e, em 2023, Salvador (BA), Belo Horizonte (MG) e Rio de Janeiro (RJ). A empresa afirma que as lojas são uma estratégia para se aproximar mais dos clientes locais.

Quem pode vender na Shein

Os vendedores interessados precisam seguir algumas regras. São elas:

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  • Ter faturamento mínimo de R$ 15 mil
  • Comprovar CNPJ ativo e estar em conformidade com a legislação tributária brasileira
  • Comprovar a qualidade e autenticidade dos produtos
  • Os interessados em fazer parte do marketplace podem se cadastrar pelo link oficial

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