Por que os carrinhos vivem quebrados? Resposta pode estar fora do mercado

Você entra no supermercado, pega um carrinho e... tem uma surpresa desagradável! Ele emperra a cada curva. Uma escolha errada antes de entrar no supermercado pode virar um verdadeiro terror nos corredores, com manobras desajeitadas e risco de batidas.

Há até quem acredite na teoria de que é de propósito, que o carrinho emperra para que você gaste mais tempo olhando para a prateleira cheia de produtos. Mas a verdade é que o mau uso (em vários momentos) é o causador dessa dor de cabeça.

O problema dos carrinhos

A maioria (90%) dos problemas diagnosticados em carrinhos que chegam danificados para manutenção ocorre devido ao manuseio errado, diz o empresário e fundador da Supercarrinhos Danilo Lombardi. A empresa fornece carrinhos para as lojas e também faz reformas.

Os problemas ocorrem, principalmente, pelo uso inadequado para a reposição de mercadoria na loja ou no estoque. Isso causa sobrecarga na estrutura e no conjunto de rodagem. A falta de manutenção periódica e o excesso de carga pioram e aceleram os danos.

Rodar com o carrinho fora do supermercado também é um problema. "Em alguns casos, quando os lojistas permitem que os clientes levem suas compras para fora da loja (estacionamento na rua ou fora da área do supermercado), os clientes descem guias, ou andam em pisos irregulares com o carrinho carregado", explica Lombardi. A trepidação e o atrito prejudicam a estrutura do carrinho.

As peças que mais costumam dar defeito são as rodas. Em seguida, estão os giratórios (as peças que servem de suporte para a rodinha, dão mobilidade e permitem manobras) e o suporte de cabo (que sustenta a barra onde as pessoas colocam as mãos para empurrar o carrinho).

Sol e chuva também prejudicam a conservação dos carrinhos. Expostos ao tempo, eles podem ter a vida útil (e a de seus acessórios plásticos) reduzida. A ação dos raios ultravioleta pode ressecar ou desbotar os plásticos e acessórios —e aí se quebram mais facilmente.

Até a chuva ácida, causada pela poluição, pode prejudicar os carrinhos. Ela pode acelerar o processo de oxidação, e a ferrugem prejudica a lubrificação dos giratórios e rodas. Isso exige manutenção com intervalos menores ou até mesmo a reforma com maior frequência, em relação às lojas que têm baias cobertas para armazenar os carrinhos.

Uso do carrinho fora do supermercado pode acelerar danos
Uso do carrinho fora do supermercado pode acelerar danos Imagem: Florian Gaertner/Photothek via Getty Images
Continua após a publicidade

O ideal é o mercado fazer a manutenção preventiva para evitar os transtornos de um carrinho quebrado. O indicado, diz Lombardi, é que, a cada 45 a 60 dias, uma equipe faça pequenos reparos de solda, alinhamento, limpeza e lubrificação das rodas e giratórios, para prolongar a vida útil dos carrinhos.

Um carrinho custa entre R$ 450 e R$ 900 dependendo do modelo. Já a manutenção preventiva pode variar de R$ 65 a R$ 97, em média, diz o empresário.

Crianças no carrinho?

Pode, mas nos modelos de carrinhos específicos para isso. Existem carrinhos especiais para crianças —o modelo é projetado para que fiquem presas por um cinto de segurança. Os tipos podem variar de acordo com a idade, tamanho e peso da criança.

Jamais se deve carregar crianças dentro dos cestos de carrinhos convencionais. Nesses casos, o risco é de acidente com o tombamento do carrinho. A criança ainda pode cair quando o cliente frear durante a circulação na loja.

Deixe seu comentário

Só para assinantes