'Ataques virtuais estão cada vez mais sofisticados', diz presidente da IBM
Os avanços tecnológicos tornaram os ciberataques mais sofisticados, afirmou Marcelo Braga, presidente da IBM Brasil. Convidado do "UOL Líderes", videocast do UOL Economia que entrevista lideranças empresariais, ele disse que as novas modalidades de ataques virtuais exigem linhas de defesa mais avançadas.
Segundo o executivo, houve uma mudança no perfil dos ataques com uma engenharia social mais sofisticada. A alteração teria deixado de lado as invasões nos sistemas e abre caminho para ciberataques direcionados para a contaminação de toda uma rede de computadores. Para liberar novamente os dados, os golpistas exigem determinado valor financeiro.
Os ataques estão cada vez mais silenciosos e específicos, para ter uma assertividade de, daqui a alguns meses. Um ataque de ransomware, que criptografa as informações das empresas e pede um resgate para descriptografar, começa com o clique de um usuário desatento e, depois, é associado a uma ação de ransomware, que é a criptografia. São coisas muito mais sofisticadas, que envolvem mais inteligência e tecnologia.
Marcelo Braga, presidente da IBM Brasil
Braga mencionou ainda o auxílio frequente de ferramentas de inteligência artificial no desenvolvimento das estratégias de fraudes. Um dos casos comuns citados por ele envolve a ligação de golpistas, imitando a voz e a forma de interação de assistentes virtuais, para obter senhas e informações bancárias.
Temos visto muito mais sofisticação e um maior número de golpes. Por isso, as linhas de defesa das empresas e essa percepção de coisas que indiquem as possibilidades de fraudes e ataques, também têm que ser mais sofisticadas.
Marcelo Braga, presidente da IBM Brasil
Inteligência artificial
Para solucionar os bilhões de incidentes diários envolvendo ciberataques, o presidente da IBM defendeu a necessidade de se unir à inteligência artificial, ferramente já utilizada pelos golpistas. Sobre os avanços tecnológicos, Braga avaliou que as inovações não têm capacidade de substituir profissões que exigem a criatividade humana.
O executivo vê real ameça às carreiras que envolvem atividades repetitivas, como o movimento de acionar uma prensa manual para produzir uma peça industrial. Paro os mais experientes, ele disse ver um caminho amplo devido à exigência de desenvolver comandos mais sofisticados.
A gente começa a ver, talvez pela primeira vez, uma tecnologia tão de ponta na qual pessoas mais experientes talvez sejam as mais adequadas para a execução. A gente sai de uma era em que se aprendia a usar sistemas para uma na qual os sistemas começam a entender o que você quer fazer.
Presidente da IBM Brasil, Marcelo Braga
Diante dos eventuais problemas ocasionados pela tecnologia, Braga defendeu a necessidade de uma regulamentação para as ferramentas que envolvem a inteligência artificial. Ainda assim, ele cobrou que o processo não seja prejudicial para o desenvolvimento das empresas.
Eu vejo o potencial revolucionário muito maior do que o dano ou medo de uma IA que perca o controle. Por isso, defendemos tanto os modelos de governança, privacidade de dados e uma discussão clara de regulamentação para os avanços poderem ocorrer, mas com todas as salvaguardas necessárias.
Marcelo Braga, presidente da IBM Brasil
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