'Não tenho nenhum candidato', diz Campos Neto sobre futuro presidente do BC

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta sexta-feira (5) que não tem candidato para substituí-lo no comando da autarquia. Aos risos, o economista negou o que classifica como fake news.

O que Campos Neto disse

Campos Neto será presidente do BC até 31 de dezembro de 2024. "Não tenho nenhum candidato para me suceder. É fake news", destacou ele em evento sobre inovação Lide, grupo que reúne líderes empresariais. Ele também disse ser mentira que pretende criar uma fintech em Miami (EUA) assim que deixar o comando do Banco Central.

A sucessão no comando da entidade já é discutida em Brasília. Roberto Campos Neto, que tem sido alvo de críticas do governo em relação ao corte da taxa Selic (hoje em 10,75%), disse no meio da semana que pretende fazer uma "transição suave". Ele defende que o próximo presidente seja sabatinado no Senado ainda este ano.

Vou fazer a transição mais suave possível. Eu entendo que seja bom fazer a sabatina neste ano. Senão, passa para o outro ano e aí tem um problema porque o meu mandato termina no dia 31 (de dezembro). Se um diretor for presidente interino, ele tem que passar por sabatina também, mas aí o Congresso vai estar fechado em recesso.
Roberto Campos Neto, em fala durante evento do Bradesco BBI na quarta-feira (3)

Alguns nomes já são apontados como possíveis presidentes do Banco Central. Gabriel Galípolo, diretor de política monetária do BC, desponta como um dos principais concorrentes. Ele integrou a equipe de transição do terceiro mandato de Lula e é muito ligado ao presidente. Outro nome forte é Paulo Picchetti, diretor de assuntos internacionais do BC, e amigo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O responsável por indicar o presidente do Banco Central é o presidente da República.

Campos Neto no Lide

O presidente do BC fez uma apresentação sobre a agenda tecnológica do BC. Para empresários do Lide, ele destacou que os quatro eixos da autarquia são o Pix, a internacionalização da moeda, o open finance e o Drex, moeda digital do Banco Central prevista para ser lançada este ano.

Em sua fala, Campos Neto destacou a popularidade do Pix entre os usuários. Segundo ele, 148 milhões de pessoas e 14 milhões de empresas usam a ferramenta de transferência bancária no Brasil. Em fevereiro, 4,4 bilhões de transações foram registradas, contra 2,5 bilhões no mesmo mês de 2023, de acordo com números do Banco Central.

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Ele também trouxe dois blocos adicionais para o futuro. São eles: o uso da inteligência artificial e a monetização de dados.

O evento do Lide debateu a inovação nos meios de pagamento. Além de Roberto Campos Neto, participaram nomes como Isaac Sidney, presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda, e Caio Megale, economista-chefe da XP.

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