Oprah: 'Não há problema que não seja melhor resolvido por equipe diversa'

A apresentadora americana Oprah Winfrey (70) participou de um seminário sobre liderança e negócios em São Paulo nesta quarta-feira (10). No palco, foi entrevistada pela atriz Taís Araújo e falou a respeito de diversidade e inclusão nos ambientes corporativos, além de contar detalhes da trajetória que a levou a ser a mais influente mulher negra do mundo.

O que aconteceu

A conversa de Oprah com Taís, no estilo das entrevistas que a americana conduziu por 25 anos na TV nos Estados Unidos, encerrou o evento "Legends In Town" (lendas na cidade, em inglês) nesta manhã. O "Legends In Town" é uma marca da consultoria de negócios americana Alvarez & Marsal e da plataforma de serviços financeiros XP para a realização de uma série de eventos de entretenimento, esportes e negócios no Brasil.

Na plateia, nesta quarta, estavam empresários como o fundador da construtora Cyrela, Elie Horn, e celebridades. O ator Lázaro Ramos, marido de Taís, o apresentador de TV Zeca Camargo e a cantora Fafá de Belém foram algumas personalidades que assistiram ao evento nas primeiras filas do salão do WTC Golden Hall, na zona sul da capital paulista. Os ingressos custavam cerca de R$ 1.500 cada.

Diversidade e inclusão

Oprah foi questionada, por uma uma participante, sobre como defender a importância da diversidade nas empresas. A apresentadora respondeu que é preciso sair da simples retórica e argumentar com fatos.

Não existe nenhum problema no mundo que não seja resolvido melhor por uma equipe diversa. Nenhum. Cada membro da equipe traz uma perspectiva diferente, a partir das suas próprias experiências de vida. Se você está dirigindo uma empresa, você sabe que, mesmo na sua própria família, cada criança é diferente. Elas vêm, cada uma, com suas próprias qualidades. São diversas.
Oprah Winfrey, apresentadora e empresária americana

Propósito e sucesso

Taís perguntou a Oprah sobre o segredo do sucesso. A apresentadora respondeu que sempre acreditou que havia "algo maior" em sua vida.

Acredito que somos seres espirituais tendo uma experiência humana e que a fonte do meu ser vem de um poder maior do que eu, que chamo de Deus, mas acho que você pode usar o nome que quiser. Porque acredito em algo maior do que eu, sempre confiei, em momentos de dificuldade, naquilo que é maior do que eu. E por isso tenho o prazer de ser uma mulher de sucesso, de ter me saído bem no mundo e ganhado dinheiro. Mas houve um tempo em que eu era uma jovem repórter que precisava procurar debaixo do banco do carro moedinhas para pagar a gasolina e abastecer o carro. Eu estava vivendo além das minhas posses e não tinha condições de pagar a conta de luz e o aluguel ao mesmo tempo. Durante esse tempo, sempre mantive a fé, sabendo que o momento que estava vivendo não duraria para sempre, porque esse poder que é a fonte de todas as coisas para mim me dá a força e a fé e a coragem de saber que posso construir um caminho melhor para mim.
Oprah Winfrey

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Dinheiro e generosidade

No que diz respeito a dinheiro, Oprah afirmou que sua melhor qualidade é a generosidade. A fortuna da apresentadora é estimada em US$ 2,8 bilhões (R$ 14 bilhões pelo câmbio atual).

O dinheiro desempenha um papel importante, mas também o vejo como uma troca de energia. Eu uso o dinheiro para me permitir amar mais. Quando eu era jovem, fui tirar férias com uma colega que tinha recebido uma herança da avó, e eu gastava só uns US$ 22 mil (R$ 110 mil) por ano. Lembro de estarmos sentadas em um hotel, e eu tentando escolher entre o croissant e o ovo no café. Não podia pagar o croissant, o ovo e o café. Ela me observou fazer isso e não ofereceu nada. Pensei: 'Se algum dia eu tiver dinheiro e for abençoada o suficiente para sair de férias com uma amiga, não serei o amigo que diz: você paga o seu e eu pago o meu. Serei a amiga que diz: a conta é minha. Na raiz do meu campo energético, na raiz do meu espírito, está a generosidade.
Oprah Winfrey

A apresentadora contou como prefere ajudar as pessoas. Não é simplesmente lhes dando dinheiro.

No momento em que comecei a ganhar dinheiro suficiente para não precisar ficar contando moedas para abastecer o carro, imediatamente comecei a pensar no que poderia fazer para ajudar os outros. Tentei várias coisas para ajudar quem estava em dificuldade, na pobreza. Até tentei tirei pessoas dos projetos sociais, comprar casas para elas e arrumar suas vidas. Mas percebi que não funcionava. Entendi muito cedo na minha filantropia que você não muda as pessoas dando-lhes dinheiro. Se você realmente quer fazer a diferença na vida de alguém, você tem que mudar o jeito como pensam -- como pensam sobre dinheiro e sobre eles mesmos. Foi por isso que criei uma escola para meninas, para mudar o jeito como elas pensam sobre si mesmas, sobre o que seria possível para elas e sobre o seu futuro.
Oprah Winfrey

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