Inflação perde força e fica em 0,39% em novembro, puxada por alimentos
A inflação oficial do Brasil perdeu ritmo ao subir 0,39% em novembro, ante alta de 0,56% em outubro, mostram dados divulgados nesta terça-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Apesar da desaceleração, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) permanece acima do teto da meta.
Como foi o IPCA
Inflação oficial desacelera em novembro. A alta de 0,39% corresponde a uma perda de força para o IPCA na comparação com outubro. Ainda assim, a variação é a maior para o mês desde 2022 (0,41%). O mercado financeiro apostava na alta de 0,35% do IPCA.
IPCA acumulado em 12 meses atinge 4,87%. A variação apurada para o período entre dezembro de 2023 e novembro de 2024 é a maior desde o período finalizado em setembro do ano passado (5,19%). No ano até novembro, a variação dos preços é de 4,29%.
Índice segue acima do teto da meta. Com o resultado acumulado, a inflação do Brasil aparece, pelo segundo mês consecutivo, acima da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual da alta de 3% idealizada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) para 2024. As bandas estabelecem a variação entre 1,5% e 4,5% neste ano.
Alimentação
Preço dos alimentos foi principal vilão. O grupo de alimentação e bebidas registrou variação de 1,06% em novembro. Os avanços foram puxadas pela refeição no domicílio, que ficou 1,81% mais cara.
Inflação das carnes supera 8% no mês. A variação foi impulsionada, principalmente, pelos cortes da alcatra (9,31%), do coxão mole (8,57%), do contrafilé (7,83%) e da costela (7,83%).
A alta dos alimentícios foi influenciada, principalmente, pelas carnes, que subiram mais de 8% em novembro. A menor oferta de animais para abate e o maior volume de exportações reduziram a oferta do produto.
André Almeida, gerente do IPCA
Óleo de soja (11%) e café moído (2,33%) também estão mais caros. Pelo lado das quedas, os destaques ficam por conta da manga (-16,26%), da cebola (-6,26%) e do leite longa vida (-1,72%).
Alimentação fora de casa também ganhou ritmo. A alta de 0,88% é superior à apurada em outubro (0,65%) e foi puxada pelos aumentos de 0,78% da refeição e de 1,11% do lanche.
Outras despesas
Contas de luz ficam 6,27% mais baratas. A queda foi ocasionada pela adoção da bandeira tarifária amarela, que adiciona R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos. Nas tarifas de outubro, estava em vigor a bandeira vermelha patamar 2, que acrescenta R$ 7,87 a cada 100 kw/h consumidos.
Alta do cigarro influencia despesas pessoais, O preço do item disparou 14,91% devido à elevação da alíquota específica do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) incidente sobre o tabaco. Também contribuíram para o aumento de 1,43% das despesas pessoais a alta do pacote turístico (4,12%) e da hospedagem (2,2%).
Valor dos combustíveis cai 0,15% em novembro. O resultado foi influenciado pelas quedas nos preços do etanol (-0,19%) e da gasolina (-0,16%). Por outro lado, o gás veicular (0,09%) e o óleo diesel (0,03%) apresentaram variações positivas.
Veja a variação de cada um dos grupos
- Habitação: +1,49%
- Alimentação e bebidas: +1,06%
- Despesas pessoais: +0,7%
- Comunicação: +0,52%
- Artigos de residência: +0,43%
- Saúde e cuidados pessoais: +0,38%
- Vestuário: +0,37%
- Educação: +0,04%
- Transportes: -0,38%
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A inflação oficial é calculada a partir de 377 produtos e serviços. A escolha pelos itens tem como base o consumo das famílias com rendimentos de um a 40 salários mínimos. O cálculo final considera um peso específico para cada um dos itens analisados pelo indicador.
O IPCA considera a evolução dos preços em nove grandes grupos. As análises consideram as variações apresentadas por itens das áreas de alimentação e bebidas, artigos residenciais, comunicação, despesas pessoais, educação, habitação, saúde e cuidados pessoais, transportes e vestuário.
A análise mensal é realizada nos grandes centros urbanos do Brasil. Para isso, o IBGE considera as regiões metropolitanas de Belém (PA), Fortaleza (CE), Recife (PE), Salvador (BA), Belo Horizonte (MG), Vitória (ES), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), além do Distrito Federal. Há ainda pesquisadores nos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.
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