Viagens, importados e gasolina: como dólar perto de R$ 6 impacta seu bolso

O dólar comercial atingiu os R$ 6 na manhã de quinta-feira (28) pela primeira vez na história. A recente valorização da moeda norte-americana afeta diretamente o bolso do brasileiro já no curto prazo. Para os viajantes, a cotação de venda do dólar turismo flerta com os R$ 6,50 nos cartões pré-pago.

O que aconteceu

Dólar superou a marca de R$ 6 na manhã desta quinta-feira. Após ter o maior patamar de fechamento na véspera, a moeda norte-americana intensificou seus ganhos. O avanço reflete preocupação com as medidas de ajuste fiscal apresentadas pelo governo federal.

Impacto da alta do dólar pode ser sentido no curto e longo prazo. Os preços de produtos importados são os primeiros a serem afetados, mas a desvalorização do real pressiona a inflação geral da economia brasileira em efeito cascata.

Produtos importados ficam mais caros. Isso acontece porque as importações são negociadas em dólar, e os efeitos já podem ser sentidos em menos de um mês. O pão e o macarrão encarecem, já que o trigo, da farinha, é importado do exterior.

Valorização atinge também preço da gasolina. Sem capacidade de refino suficiente para atender a demanda interna por combustíveis, o Brasil precisa importar quase toda a gasolina consumida em território nacional. Com a alta do dólar, há impacto no bolso dos motoristas.

Viagens ao exterior exigem desembolsos maiores. Com a necessidade de arcar com mais reais para comprar um dólar, o orçamento inicial para a realização do roteiro dos sonhos pode ser comprometido.

Impacto para a economia

Oferta interna de bens recua. Com o real desvalorizado, produtores optam por exportar suas produções para lucrarem em dólar, que vale mais. O mesmo acontece com os investimentos.

Margem de lucro das empresas diminui. Com preços mais caros, o custo de produção também é elevado, reduzindo as margens de lucro. Isso pode levar ao aumento do preço final para os consumidores. Além disso, com alta nos preços, a indústria também corre o risco de ter que lidar com a formação de estoques indesejados de produtos por conta da falta de demanda.

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Inflação e juros são pressionados para cima. Como uma das missões do Banco Central é manter a inflação no centro da meta, o aumento do dólar pode resultar em uma política de juros mais restritiva. Os juros maiores inibem o consumo e, consequentemente, desestimulam o crescimento na tentativa de conter o avanço dos preços.

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