Compra diminui enquanto aumenta a percepção de imóveis mais caros
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O preço alto dos imóveis tem desestimulado a compra a curto prazo. Isso é o que diz a pesquisa Raio-X FipeZAP do 4º trimestre de 2024.
A parcela de entrevistados que pretende adquirir um imóvel nos próximos três meses caiu para 39%. O índice se aproxima da média histórica do levantamento, de 38%.
O que aconteceu
Retração no número de compradores. Conforme apontado pela pesquisa, o mercado imobiliário encerrou 2024 com uma retração. No quarto trimestre, apenas 10% dos entrevistados declararam ter adquirido um imóvel nos últimos 12 meses, indicando uma diminuição no ritmo de aquisições em comparação com trimestres anteriores. Esse cenário reflete uma mudança no comportamento dos agentes do mercado, que estão mais cautelosos e ponderando suas decisões de investimento.
Percepção de que os preços dos imóveis estão elevados. A pesquisa revelou que 78% dos respondentes consideram os valores "altos ou muito altos", um aumento significativo em relação aos 70% registrados no mesmo período de 2023. Essa percepção crescente de preços elevados pode estar desestimulando potenciais compradores, que optam por adiar a decisão de compra ou buscar alternativas mais acessíveis.
Expectativa de aumento nos preços dos imóveis tem crescido. O percentual de respondentes que projetam um aumento nominal no valor dos imóveis para os próximos 12 meses saltou de 37% no 4º trimestre de 2023 para 50% no mesmo período de 2024. A expectativa média é de uma alta nominal de 3,4%.
Interesse em investir no mercado imobiliário persiste. A pesquisa aponta, por outro lado, para um crescimento no interesse em obter renda com aluguel. Entre as transações classificadas como investimento, a preferência por alugar o imóvel atingiu um recorde de 79%. Esse dado sugere que, mesmo diante dos preços considerados altos, os investidores veem no aluguel uma forma de obter retorno financeiro e diversificar seus investimentos.
Aumento nas transações com desconto. Diante desse cenário, o mercado imobiliário tem se adaptado. Em dezembro de 2024, 67% das transações envolveram algum tipo de redução no valor anunciado, demonstrando a disposição dos vendedores em negociar para atrair compradores. Essa estratégia busca equilibrar os preços considerados elevados com o poder de compra dos interessados, impulsionando as vendas e mantendo o mercado ativo.
Preferência por imóveis usados. No quarto trimestre de 2024, esse seguimento atingiu o maior percentual na série histórica da Pesquisa Raio-X FipeZAP, alcançando 83% das aquisições. Este aumento expressivo na preferência por imóveis usados pode estar relacionado a diversos fatores, como preços mais acessíveis, localizações já consolidadas e a possibilidade de negociação e reformas para adequação ao gosto pessoal.
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