Rússia eleva juros para conter inflação em meio a crise com Ucrânia
Por Lidia Kelly e Oksana Kobzeva
MOSCOU, 25 Abr (Reuters) - A Rússia elevou inesperadamente sua taxa de juros pela segunda vez em dois meses e sofreu o primeiro corte de rating de crédito em cinco anos nesta sexta-feira (25), destacando o impacto da crise com a Ucrânia sobre a economia.
O BC elevou sua principal taxa de juros em 0,5 ponto percentual, para 7,5%, buscando impedir que o enfraquecimento do rublo alimente a inflação.
Horas antes, a agência de classificação de risco Standard & Poor's cortou o rating de crédito da Rússia para o nível mais baixo do grau de investimento e alertou que pode haver mais rebaixamento se sanções mais severas forem adotadas e se a saída de capital não for contida.
"O banco central está indiretamente tentando defender o rublo contra o cenário de rebaixamento de rating de crédito e a dura retórica do Ocidente sobre a possibilidade de novas sanções contra a Rússia", disse o analista do ING Bank Dmitry Polevoy.
Ambos os acontecimentos destacaram o impacto sobre a enfraquecida economia da Rússia do tenso impasse com o Ocidente devido à Ucrânia.
O presidente Vladimir Putin admitiu que as sanções adotadas em resposta à anexação pela Rússia da região ucraniana da Crimeia no mês passado já estão afetando a economia.
A alta de juros aconteceu menos de dois meses após o BC ter elevado a taxa de forma emergencial em 1,5 ponto. A autoridade monetária afirmou que a medida se deveu à aceleração da inflação com o enfraquecimento do rublo e da alta das expectativas.
A S&P manteve a perspectiva negativa para o país e destacou o impacto da fuga de capital ao cortar a classificação de longo e curto prazo para BBB-/A-3, de BBB/A-2. Investidores estrangeiros retiraram US$ 63,7 bilhões do país nos três primeiros meses do ano.
"A situação geopolítica tensa entre Rússia e Ucrânia pode levar a fluxos de saída adicionais significativos de capital tanto estrangeiro quanto doméstico da economia russa e consequentemente afetar mais as perspectivas já fracas de crescimento", informou a agência.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.