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Rússia eleva juros para conter inflação em meio a crise com Ucrânia

25/04/2014 11h56

Por Lidia Kelly e Oksana Kobzeva

MOSCOU, 25 Abr (Reuters) - A Rússia elevou inesperadamente sua taxa de juros pela segunda vez em dois meses e sofreu o primeiro corte de rating de crédito em cinco anos nesta sexta-feira (25), destacando o impacto da crise com a Ucrânia sobre a economia.

O BC elevou sua principal taxa de juros em 0,5 ponto percentual, para 7,5%, buscando impedir que o enfraquecimento do rublo alimente a inflação.

Horas antes, a agência de classificação de risco Standard & Poor's cortou o rating de crédito da Rússia para o nível mais baixo do grau de investimento e alertou que pode haver mais rebaixamento se sanções mais severas forem adotadas e se a saída de capital não for contida.

"O banco central está indiretamente tentando defender o rublo contra o cenário de rebaixamento de rating de crédito e a dura retórica do Ocidente sobre a possibilidade de novas sanções contra a Rússia", disse o analista do ING Bank Dmitry Polevoy.

Ambos os acontecimentos destacaram o impacto sobre a enfraquecida economia da Rússia do tenso impasse com o Ocidente devido à Ucrânia.

O presidente Vladimir Putin admitiu que as sanções adotadas em resposta à anexação pela Rússia da região ucraniana da Crimeia no mês passado já estão afetando a economia.

A alta de juros aconteceu menos de dois meses após o BC ter elevado a taxa de forma emergencial em 1,5 ponto. A autoridade monetária afirmou que a medida se deveu à aceleração da inflação com o enfraquecimento do rublo e da alta das expectativas.

A S&P manteve a perspectiva negativa para o país e destacou o impacto da fuga de capital ao cortar a classificação de longo e curto prazo para BBB-/A-3, de BBB/A-2. Investidores estrangeiros retiraram US$ 63,7 bilhões do país nos três primeiros meses do ano.

"A situação geopolítica tensa entre Rússia e Ucrânia pode levar a fluxos de saída adicionais significativos de capital tanto estrangeiro quanto doméstico da economia russa e consequentemente afetar mais as perspectivas já fracas de crescimento", informou a agência.