Repercussão: Brasil desacelera e cresce 0,2% no 1º trimestre
SÃO PAULO, 30 Mai (Reuters) - A economia brasileira perdeu fôlego no início deste ano ao crescer 0,2% no primeiro trimestre, na comparação com os três meses anteriores, quando a expansão foi de 0,4%.
Em relação ao primeiro trimestre de 2013, o Produto Interno Bruto (PIB) do país registrou expansão de 1,9%, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (30).
Veja abaixo declarações de especialistas:
Flávio Serrano, economista sênior, Espírito Santo Investment Bank
"Sabíamos das limitações do lado da oferta, mas agora a demanda está desacelerando. Temos crescimento bastante modesto e a expectativa é que isso continuará no curto prazo, então não deveremos ter um ano muito positivo. A economia vai precisar reagir com muita rapidez nos próximos trimestres para alcançar crescimento de mais de 2%, o que não achamos que vai acontecer. Deve ficar mais perto de 1,5%."
Bruno Rovai, economista, Barclays
"Apesar de ter vindo em linha, não consegui ver absolutamente nada positivo nesse relatório. O fator relevante para o crescimento do PIB foi acumulação de estoques, no setor automotivo já mostrava isso.
Olhando para o segundo trimestre, níveis de confiança cada vez mais baixos, vindo de trimestre com estoques acumulados, a produção industrial deve continuar caindo, e você não tem nenhuma tendência positiva para investimentos."
José Carlos Hausknecht, diretor, MB Agro
"Já era esperado um PIB (agropecuário) positivo, por conta principalmnte da soja que, apesar da seca, teve produção muito boa. A soja teve crescimento significativo e ajudou a puxar o PIB para cima. O milho por outro lado foi negativo, e já se esperava uma queda ou ao menos manutenção da produção, porque a seca prejudicou a primeira safra. O que vemos para frente é que algumas culturas como a cana, café e citros podem ajudar a puxar um pouco para baixo o PIB, por causa do efeito da seca."
Alessandra Ribeiro, economista, Tendências Consultoria
"A dinâmica é preocupante pelo fato de o consumo do governo ter segurado o crescimento. E quando olhamos para a frente, não vemos muitos gatilhos para o cenário mudar, porque a confiança continua caindo tanto da indústria quanto do consumidor. Certamente vou revisar para baixo meu número de 1,9% para o ano, e existe o risco de ser 1,5% ou menos. O lado da demanda deixa bem claro que a dinâmica está ruim, com consumo das famílias, investimento, exportação perdendo muita força. Esses componentes de demanda privada refletem piora dos fundamentos."
Gustavo Mendonça, economista, Saga Capital
"Foi um começo fraco. Do lado da demanda, apenas o consumo do governo cresceu, as taxas de investimento e poupança foram muito baixas, o crescimento do quarto trimestre foi revisado para baixo. Tudo isso reduz a expectativa para o crescimento do PIB ainda mais este ano. É uma situação ruim, os indicadores do segundo trimestre até agora mostram que o PIB para 2014 será muito fraco. Vamos revisar nossas expectativas para baixo e acho que muitos outros farão o mesmo. 2015 provavelmente será pior do que o mercado estava esperando. A dinâmica é muito fraca. O setor privado praticamente parou. Todos os indicadores apontam para uma piora da situação à frente."
(Por Camila Moreira, Fabíola Gomes e Asher Levine em São Paulo, e Silvio Cascione em Brasília; Edição de Alexandre Caverni)
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