Operadora da marca Nextel pede proteção contra falência nos EUA
(Reuters)- A NII Holdings, dona da marca Nextel na América Latina, pediu proteção contra falência nos Estados Unidos nesta segunda-feira, enquanto lida com o aumento da competição no Brasil e no México, seus principais mercados.
A companhia apresentou uma petição voluntária para o Capítulo 11 (pedido de proteção contra falência de acordo com a lei dos EUA) em uma corte de falências no distrito sul de Nova York, de acordo com o documento.
A decisão deve permitir à companhia reestruturar sua dívida com credores ao torná-los acionistas, disseram fontes com conhecimento da situação. A NII Holdings opera em vários países na América Latina sob a marca Nextel.
O Capítulo 11 também poderá ajudar a companhia a implementar um modelo de negócios mais sustentável com foco no Brasil e no México, seus principais mercados. O Capítulo 11 reorganiza os negócios e ativos da companhia por um período limitado.
No documento, a NII Holdings listou ativos de US$ 2,88 bilhões e dívidas de US$ 3,47 bilhões, adicionando que mais de 500 investidores detêm cinco tipos de bônus seniores não subordinados totalizando US$ 4,35 bilhões em 30 de junho. Entre os maiores credores estava a Wilmington Savings Fund Society, que tinha US$ 1,5 bilhão, representando 7,625% da dívida com vencimento em 2021.
Outros credores incluíam um veículo detido pela unidade brasileira da American Tower e pelo Banco de Desenvolvimento Chinês, ambos com garantias concedidas à NII Holdings.
A NII Holdings vem perdendo clientes e sofrendo um declínio na receita média por usuário enquanto America Móvil, a espanhola Telefónica e TIM Participações oferecem uma melhor cobertura com o crescimento dos smartphones.
A companhia alertou no mês passado que poderia entrar com pedido de proteção à falência depois de divulgar seu nono prejuízo consecutivo. A companhia encerrou o trimestre com US$ 1 bilhão em caixa, um prejuízo líquido recorrente de US$ 629 milhões e uma redução de 77 mil clientes em sua base.
A NII Holdings contratou os bancos UBS e Rothschild em março para assessorar em uma potencial venda e uma reestruturação de dívida, respectivamente.
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