EUA têm criação de empregos mais fraca desde 2013 em março e taxa de desemprego fica estável
WASHINGTON (Reuters) - Empregadores norte-americanos criaram o menor número de postos de trabalho em mais de um ano em março, o que pode elevar preocupações sobre a recente desaceleração do crescimento econômico e postergar um aumento da taxa de juros pelo Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos.
A criação de vagas fora do setor agrícola somou 126 mil postos de trabalho no mês passado, menos que a metade do ritmo registrado em fevereiro e o menor ganho desde dezembro de 2013, divulgou o Departamento de Trabalho nesta sexta-feira (3).
A fraqueza foi concentrada no setor de produção de bens, que tem sido afetado pelo dólar forte e preços mais baixos do petróleo. Os setores de lazer e hospitalidade também sofreram uma acentuada desaceleração no crescimento de empregos, sugerindo que o inverno rigoroso pode ter impactado as contratações.
A taxa de desemprego se manteve em uma mínima em mais de seis anos e meio, de 5,5%, porque pessoas deixaram de integrar a força de trabalho. A taxa de participação da força de trabalho voltou a uma mínima de mais de 36 anos atingida no fim do ano passado.
"O relatório confirma a crescente narrativa sobre um ímpeto mais lento de crescimento visto em outros indicadores econômicos. E irá enfraquecer os argumentos para uma eventual alta da taxa de juros no meio do ano", disse Millan Mulraine, vice-economista chefe na TD Securities, em Nova York.
A criação fraca de empregos encerrou uma série de 12 meses seguidos com mais de 200 mil adições de vagas, série mais longa desde 1994. Além disso, dados de janeiro e fevereiro foram revisados para mostrar a criação de 69 mil postos a menos do que o anteriormente divulgado, dando ao relatório uma leitura ainda mais negativa.
Economistas consultados pela Reuters previam criação de 245 mil vagas no mês passado e manutenção da taxa de desemprego em 5,5%.
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