Petrobras não descarta novo reajuste este ano se dólar continuar subindo, diz fonte
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras não descarta um novo reajuste dos combustíveis em 2015 se o dólar continuar a subir ante o real, após a estatal ter anunciado elevação dos preços da gasolina e do diesel na noite de terça-feira (29), disse uma fonte da empresa à agência de notícias Reuters nesta quarta-feira (30).
"Se o dólar subir mais ainda, é claro que vamos ter que fazer novo aumento para manter preço competitivo", afirmou a fonte da Petrobras, que falou sob condição de anonimato.
O reajuste, acrescentou a fonte, visa dar sinalização positiva aos acionistas com relação à política de paridade de preços de combustíveis da Petrobras ante o mercado externo.
"A gente acompanha sempre os movimentos do petróleo Brent e do dólar, e a gente achou que tinha fazer (um aumento). A discussão se intensificou na semana passada, depois que a alta (da moeda norte-americana) se intensificou e o dólar mostrou que ficaria acima dos R$ 4", disse a fonte da Petrobras.
Principal motivo não é preço do petróleo
No fim da terça-feira, a Petrobras divulgou aumento de 6% nos preços da gasolina e de 4% no diesel nas refinarias a partir desta quarta, no primeiro reajuste desses combustíveis da atual diretoria e num momento em que a forte alta do dólar eleva os custos de importação e a dívida em moeda estrangeira da companhia.
Segundo a fonte ouvida pela Reuters, a alta dos combustíveis no mercado interno é resultado principalmente do movimento cambial, e não da variação dos preços do petróleo no exterior, embora haja nesse segundo semestre uma tendência de aumento nos valores do diesel fora do Brasil, devido à maior demanda pelo produto no inverno no Hemisfério Norte.
Presidente quer ganhar a confiança do mercado
Com o reajuste de preços, a diretoria comandada por Aldemir Bendine, que assumiu o posto de presidente-executivo em fevereiro, busca ganhar a confiança do mercado, ainda que haja falta de clareza sobre a fórmula para a alta dos preços dos combustíveis adotada pela Petrobras.
"Nós buscamos preços competitivos e alinhados ao mercado internacional. Essa é a política do presidente Bendine para garantir a competitividade da companhia. A meta é ter custos competitivos, mas temos de ter preços competitivos", afirmou a fonte.
Ainda de acordo com a fonte, a companhia tem "que dar retorno ao acionista", e isso pesou na decisão sobre o reajuste.
"Essa é a sinalização. Nosso acionista tem que confiar que ao colocar dinheiro na companhia vai ter retorno, que é uma boa coisa e, para isso, temos que ter operações eficientes, com custos adequados. Essa é a indicação que temos que dar."
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