Estoques prejudicam PIB do 3º tri dos EUA, mas demanda doméstica é forte
Por Lucia Mutikani
WASHINGTON (Reuters) - O crescimento econômico dos Estados Unidos desacelerou com força no terceiro trimestre uma vez que as empresas diminuíram o reabastecimento de estoques para reduzir o excesso, mas a demanda doméstica sólida pode encorajar o Federal Reserve, banco central do país, a elevar a taxa de juros em dezembro.
O Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano cresceu à taxa anual de 1,5 por cento, após expandir 3,9 por cento no segundo trimestre, informou o Departamento do Comércio nesta quinta-feira. Economistas previam expansão do PIB de 1,6 por cento no terceiro trimestre.
A questão dos estoques, entretanto, provavelmente será temporária e economistas esperam que o crescimento acelere no quarto trimestre dados os fundamentos domésticos fortes.
Na quarta-feira o Fed descreveu a economia como expandindo-se a um ritmo "moderado" e colocou em cena o aumento da taxa de juros em dezembro, com uma referência direta à sua próxima reunião de definição de política monetária. O banco central dos EUA tem mantido a taxa de juros próximo a zero desde dezembro de 2008.
"O crescimento ainda é forte, ou ao menos forte o suficiente para lidar com taxas de juros que não estejam mais em níveis mínimos emergenciais", disse a economista sênior do BMO Capital Markets Jennifer Lee.
A economia tem encontrado dificuldades para sustentar um ritmo mais rápido de crescimento desde o final da recessão de 2007/2009, com o crescimento médio anual sem conseguir superar 2,5 por cento.
As empresas acumularam 56,8 bilhões de dólares em estoques no terceiro trimestre, o menor nível desde o primeiro trimestre de 2014, e muito abaixo dos 113,5 bilhões de dólares do período entre abril e junho deste ano. Houve quedas em estoques da indústria, do atacado e do varejo.
O pequeno acúmulo de estoques tirou 1,44 ponto percentual do crescimento do PIB no terceiro trimestre, maior nível desde o quarto trimestre de 2012.
Porém o peso dos estoques foi compensado pelos consumidores, beneficiados pela gasolina mais barata e pelos mercados imobiliário e de trabalho firmes.
Os gastos do consumidor, que correspondem a mais de dois terços da atividade econômica norte-americana, cresceram a uma taxa de 3,2 por cento após expandirem 3,6 por cento no segundo trimestre. Uma medida da demanda doméstica privada, que exclui o comércio, estoques e gastos do governo, subiu a um ritmo robusto de 3,2 por cento.
Com o dólar ainda se fortalecendo, o crescimento das exportações desacelerou no terceiro trimestre. O peso, no entanto, minimizado pela desaceleração nas importações, especialmente de automóveis, deixando neutro o impacto do comércio no crescimento do PIB.
Outro dado divulgado nesta quinta-feira pelo Departamento do Trabalho mostrou que o número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego permaneceram perto dos níveis vistos pela última vez no final de 1973.
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