Fusão entre Shell e BG recebe aprovação da China; nova empresa deve demitir milhares
LONDRES (Reuters) - A petroleira anglo-holandesa Shell planeja cortar milhares de empregos para reduzir custos caso a aquisição da petroleira britânica BG ocorra como o planejado, no início do próximo ano, na sequência de uma autorização definitiva concedida por autoridades da China.
A aquisição, que foi anunciada em 8 de abril e é a maior do setor em uma década, foi aprovada pelo Ministério do Comércio da China, declarou a Shell nesta segunda-feira, após o aval anterior da Austrália, do Brasil e da União Europeia.
As gigantes do petróleo e gás Shell e BG vão agora enviar um prospecto de incorporação aos seus acionistas e realizar reuniões gerais especiais para votações sobre o negócio. Se aprovada, a fusão vai enfrentar uma audiência judicial 10 dias mais tarde e pode ser concluída até o início de fevereiro.
Alguns acionistas, no entanto, manifestaram preocupação sobre os méritos da aquisição após a acentuada queda nos preços do petróleo. A queda nos preços das ações da Shell desde abril significa que o valor do negócio caiu para 53 bilhões de dólares, ante os anteriores 70 bilhões de dólares.
Pouco depois de anunciar o sinal verde da China, a Shell emitiu uma declaração dizendo que espera cortar cerca de 2.800 vagas globais do grupo combinado. Isso seria quase 3 por cento da força de trabalho combinada de cerca de 100 mil funcionários.
A Shell anunciou anteriormente cortes de custos e um plano de desinvestimentos, em meio aos baixos preços do petróleo no cenário global.
A BG hoje é a principal sócia da Petrobras na produção de petróleo no pré-sal e a segunda maior produtora de óleo e gás do Brasil, depois da petroleira estatal.
(Por Ron Bousso; Reportagem adicional de Adam Rose)
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