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Petrobras espera concluir venda da Braskem ainda no 1º semestre, diz fonte

Rodrigo Viga Gaier

22/01/2016 18h46

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras já está em negociações para vender sua participação na Braskem, com interesse de grandes petroquímicas internacionais, e trabalha para que o negócio seja fechado ainda no primeiro semestre, disse uma fonte da estatal à agênica de notícias Reuters nesta sexta-feira (22).

"As conversas já começaram. A venda da parte da Petrobras está em discussão e ela está no ponto para ser vendida. A ideia é vender toda a participação", disse a fonte, que falou sob condição de anonimato.

Segundo a fonte, o ideal é que o negócio seja definido ainda no primeiro semestre. "Há interessados no mercado internacional na Braskem. O interesse já foi manifestado por grandes grupos focados no setor petroquímico", revelou a fonte, que não quis estimar um valor para a operação.

A Petrobras tem 47% das ações ordinárias da Braskem e quase 22% dos papéis preferenciais, ou 36,1% do capital total da petroquímica. A Odebrecht possui 50,1% das ações com direito a voto e cerca de 23% das preferenciais.

Considerando os preços das ações da Braskem na Bolsa, a fatia da Petrobras na petroquímica tem valor de mercado acima de R$ 5 bilhões, mas normalmente há um prêmio em operações envolvendo acionistas no bloco de controle.

A Odebrecht tem direito de preferência de compra da fatia da Petrobras na Braskem, mas não deve ampliar sua participação na petroquímica, de acordo com a fonte da petroleira, num momento em que o grupo de construção se vê envolvido nas investigações da operação Lava Jato.

A ação preferencial da Braskem foi uma das mais valorizadas entre as componentes do Ibovespa em 2015, com alta de 66,2% no ano, em meio ao cenário positivo da alta do dólar para as exportações, internacionalização de suas operações e queda do preço do petróleo.

A venda da fatia na Braskem está no contexto de um amplo plano de corte de gastos e venda de negócios da Petrobras para fazer frente às grandes dívidas da companhia, num momento em que os preços do petróleo no exterior estão próximos das mínimas em 12 anos.

O barril da commodity no mercado internacional está na faixa dos US$ 30, com excesso de oferta e dúvidas sobre a demanda sobretudo na China, grande importadora da matéria-prima.

Procuradas, Petrobras e Odebrecht não comentaram o assunto de imediato. A Braskem informou que se trata de uma questão de seus acionistas e que não iria se manifestar.

Sem mexer em combustíveis

A fonte da Petrobras disse também que a estatal descarta reduzir os preços dos combustíveis no mercado interno, que estão acima dos valores praticados no exterior.

Durante anos, a situação foi a inversa, com a Petrobras vendendo gasolina e diesel no Brasil abaixo dos valores praticados em outros países.

Ainda de acordo com a mesma fonte, a Petrobras espera reduzir o volume de importação de derivados em 2016 para entre 100 mil e 150 mil barris ao dia, ante de 170 mil a 200 mil barris diários no ano passado.