Eletrobras ainda buscará nova capitalização da União para apoiar distribuidoras
SÃO PAULO (Reuters) - A Eletrobras (ELET3) continua à espera de uma capitalização bilionária pela União, mesmo após o aporte de R$ 1 bilhão anunciado na quarta-feira (6), uma vez que a estatal entende que precisa injetar recursos em suas distribuidoras de energia para renovar a concessão das empresas, afirmou a estatal em nota à Reuters nesta quinta-feira.
O Ministério de Minas e Energia disse que os recursos já anunciados para a Eletrobras eram a verba disponível para a companhia após recentes cortes no orçamento federal, mas ressaltou que seguirá buscando viabilizar um novo aporte na elétrica, de cerca de R$ 5 bilhões.
"A destinação de recursos para a Eletrobras, da ordem de R$ 5,9 bilhões, está prevista no Orçamento da União deste ano. O R$ 1 bilhão aportado... é parte desse valor total previsto... Ainda estão em análise ações necessárias para a execução orçamentária do valor total previsto", disse a pasta em nota à Reuters.
Sem "plano B"
Em teleconferência com investidores na semana passada, o diretor financeiro da Eletrobras, Armando Casado de Araujo, afirmou que a companhia não tem um "plano B" para o caso de não receber os valores previstos.
O posicionamento foi confirmado pela elétrica à Reuters.
"A posição do Conselho de Administração da companhia continua a mesma... ou seja, que a União Federal realize os aportes necessários à renovação das concessões diretamente nas distribuidoras da Eletrobras, conforme disponibilidade orçamentária da União", afirmou a estatal.
No final de 2015, a Eletrobras levou para votação entre seus acionistas uma proposta para renovar as concessões de suas sete distribuidoras de energia para então colocá-las à venda ainda durante este ano. A União, no entanto, aprovou a prorrogação e venda apenas de uma das empresas, a Celg-D, e pediu a retirada do assunto de pauta.
"A decisão acerca da renovação das concessões das distribuidoras foi suspensa para que o acionista controlador pudesse estudar modelo proposto pela administração da companhia", disse a Eletrobras em nota nesta quinta-feira.
Uma nova reunião dos acionistas para discutir o assunto em assembleia está prevista para julho deste ano.
Norte e Nordeste
Fora a Celg-D, de Goiás, as demais distribuidoras da Eletrobras atuam em Estados do Norte e Nordeste. Todas companhias têm prejuízos recorrentes e enfrentam dificuldades para atingir as metas de qualidade do serviço exigidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O destino das empresas tem gerado conflito entre a estatal e seus minoritários, que eram favoráveis à venda de todas elas, e chegaram a votar contra a renovação da concessão da Amazonas Energia, a mais deficitária dessas subsidiárias.
Uma fonte disse à Reuters no final de 2015 que a administração da Eletrobras chegou a cogitar a possibilidade de não renovar a concessão da Amazonas Energia e da unidade que atende Roraima, por serem as empresas mais problemáticas e com menores perspectivas de gerar algum retorno.
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