Tensão entre Irã e Arábia Saudita afunda acordo para congelar produção de petróleo
DOHA (Reuters) - Um acordo para congelar os níveis de produção de petróleo entre países da Opep e não membros da entidade foi desmantelado neste domingo depois que a Arábia Saudita exigiu a participação do Irã, apesar dos apelos para que Riad mantivesse o acordo e ajudasse a levantar os preços do petróleo.
O impasse deve reviver o temor da indústria de petróleo de que os grandes produtores embarquem novamente em uma batalha por fatia de mercado, especialmente depois que a Arábia Saudita ameaçou aumentar a produção de forma abrupta caso o acordo de congelamento não fosse selado.
Cerca de 18 países, incluindo a Rússia, que não faz parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), se reuniram na capital do Catar, Doha, para selar o acordo --que estava em preparação desde fevereiro-- para estabilizar a produção aos níveis de janeiro até outubro de 2016.
Mas a Arábia Saudita, líder de fato da Opep, disse aos participantes que gostaria que todos os membros da organização participassem do congelamento, incluindo o Irã, que estava de fora do acordo.
Teerã se recusou a estabilizar a produção, pois almeja retomar fatia de mercado depois que as sanções do Ocidente contra o país foram suspensas em janeiro.
Após cinco horas de discussão ríspida acerca da preparação de um comunicado -entre Arábia Saudita e Rússia- delegados e ministros anunciaram que o acordo não seria fechado.
"Nós precisamos de mais tempo para chegar a um acordo entre todos os membros da Opep para que os principais produtores congelem a produção, o que pode ocorrer até junho", afirmou uma fonte da Opep.
O fracasso do acordo pode frear a recente recuperação nos preços do petróleo.
"Sem o acordo de hoje, a confiança dos mercados na capacidade da Opep em alcançar qualquer instrumento de equilíbrio na oferta vai diminuir, e ela já era certamente baixa para os mercados de petróleo nos quais os preços se mantinham estáveis esperando que o acordo fosse selado", disse o analista Abhishek Deshpande, da Natixis.
O petróleo Brent
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