Em um mês, siderúrgicas aumentam preço do aço em cerca de 25% a distribuidores no Brasil
SÃO PAULO (Reuters) - As produtoras de aço plano do Brasil estão avisando que promoverão no começo de maio uma nova rodada de aumento de preços a distribuidores de dimensão semelhante ao já aplicado em abril, selando uma alta de cerca de 25% em um mês, informou nesta terça-feira (19) a entidade que representa a distribuição, Inda.
"A ArcelorMittal
Segundo o executivo, as siderúrgicas estão acompanhando a reação dos preços internacionais dos metais, especialmente na China e nos Estados Unidos, nas últimas semanas, incluindo minério de ferro, sucata e carvão.
De acordo com Loureiro, o aumento do preço do aço tende a ser repassado integralmente aos clientes dos distribuidores, mesmo diante do quadro de forte recessão econômica.
"O consumo de aço é bastante inelástico, não deve ter grande impacto na demanda", disse Loureiro, explicando que produtoras e distribuidores devem aproveitar o momento para tentar recompor margens, que têm sido negativas.
Uma fonte a par do assunto afirmou à Reuters que a Usiminas planeja aplicar um aumento de preços de 14% no começo de maio aos distribuidores e que a empresa já começou negociações junto a clientes industriais para reajuste de 10% a 11% também a partir de maio. A empresa já havia informado no final de março reajuste de preços em abril de 10%.
Procurados, representantes da CSN e da ArcelorMittal afirmaram que as empresas não se manifestam sobre preços praticados.
As ações do setor siderúrgico engrenavam forte alta no início da tarde desta terça-feira, com Usiminas liderando o movimento, com valorização de 10%, enquanto a CSN vinha na sequência, com ganho de 9,4%. Já a ação da Gerdau
Trimestre
Na manhã desta terça-feira, a Inda afirmou que as vendas de aços planos pelos distribuidores em março atingiram 242,9 mil toneladas, uma queda de 5% ante mesma etapa de 2015. Na base sequencial, porém, o número representou aumento de 20%.
No primeiro trimestre, as vendas caíram 13% na comparação anual, puxadas pelas chapas grossas, com recuo de 37,4%.
A expectativa da entidade é de que as vendas deste mês sejam cerca de 7% menores do que em março.
O volume de estoques fechou março em 906,8 mil toneladas, estável sobre o mês anterior, mas uma retração de 16,8% ante um ano antes.
A previsão da Inda é que, influenciada pela forte alta do dólar nos últimos meses, a balança comercial do aço seja superavitária para o Brasil em 2016, o primeiro saldo positivo em sete anos.
O número, apoiado numa previsão de queda de 28% das importações e de alta de 21% das vendas ao exterior, considera o comércio de produtos que usam aço na fabricação, como automóveis e eletrodomésticos.
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