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Revisão do G20 das regras bancárias não significa reverter regulamentação, diz Weidmann

19/03/2017 14h03

Por Gernot Heller

BERLIM (Reuters) - Líderes financeiros das principais economias do mundo concordaram em rever as regras bancárias, mas isso não significa automaticamente que a regulamentação dos mercados financeiros, conseguida com muito esforço, seja revertida, disse o presidente do Bundesbank, Jens Weidmann, à Reuters no domingo.

    A nova administração dos Estados Unidos argumentou que a regulamentação excessiva dos bancos está impedindo o empréstimo e o crescimento econômico, aumentando a possibilidade de que as regras possam ser afrouxadas, colocando em risco os esforços para finalizar um novo acordo bancário global, conhecido como Basileia III.

    Respondendo a perguntas depois da reunião dos ministros das Finanças do G20 e presidentes de bancos centrais na cidade alemã de Baden-Baden, Weidmann afirmou em comentários por escrito:

    "Em nossa reunião, concordamos em analisar mais de perto o impacto real das reformas após os esforços regulatórios abrangentes no setor financeiro".

    Os membros do G20 analisaram se os objetivos pretendidos foram atingidos e se houve efeitos colaterais não intencionais das regras bancárias acordadas em conjunto, disse Weidmann.

    "Mas isso é algo muito diferente de reverter o regulamento", disse Weidmann.

    O presidente do banco central alemão disse ter dúvidas de que o crescimento econômico poderia ser estimulado de forma ampla com a reversão da regulamentação dos mercados financeiros.

    "A crise financeira nos mostrou dolorosamente o grande dano econômico global que pode ser infligido através de mercados financeiros insuficientemente regulamentados", disse Weidmann.

    Questionado se o encontro do G20 revelou mais conflitos do que reuniões anteriores, Weidmann disse: "Especialmente quando existem diferenças de opinião, um fórum como o G20 se revela particularmente valioso. De uma troca de opiniões aberta e útil e de intensa luta por uma posição comum".

    Weidmann disse que ficou claro que os membros do G20 ainda tinham pela frente muitas discussões sobre o comércio e seu papel para a prosperidade.

Os ministros das Finanças do G20 e os presidentes de bancos centrais adicionaram uma promessa no principal comunicado de resistir ao protecionismo e manter o comércio global aberto.

    O fracasso dos líderes financeiros mundiais em manter uma linguagem estabelecida para apoiar o livre comércio marca um retrocesso para o processo do G20 e representa um risco para o crescimento de economias orientadas para a exportação, como a anfitriã Alemanha.