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Bovespa cai ao menor patamar em 3 meses com política local e exterior

13/04/2017 18h12

Por Flavia Bohone

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da Bovespa fechou em queda nesta quinta-feira, voltando ao patamar do início do ano, com investidores cautelosos diante das delações no âmbito da operação Lava Jato e das crescentes tensões geopolíticas internacionais na véspera do feriado de Páscoa.

A sessão teve ainda as ações do Banco do Brasil e da Embraer liderando as perdas diante do noticiário corporativo.

O Ibovespa caiu 1,67 por cento, a 62.826 pontos, o menor patamar de fechamento desde 11 de janeiro. Na semana, a baixa acumulada foi de 2,74 por cento. O giro financeiro somou 7,7 bilhões de reais.

No front local, as delações da Odebrecht seguiram em destaque no noticiário, incluindo a menção ao presidente Michel Temer, que segundo um dos delatores, teria participada de uma reunião na qual foi acertado o pagamento de 40 milhões de dólares em propina para o PMDB em 2010, quando era candidato a vice-presidente.

Já no exterior, a cautela foi acentuada após os Estados Unidos lançarem pela primeira vez uma gigantesca bomba GBU-43, também conhecida como "a mãe de todas as bombas", no leste do Afeganistão, contra uma série de cavernas usadas por militantes do Estado Islâmico.

"Em véspera de feriado e com tudo o que está acontecendo, o mercado prefere correr para a segurança", resumiu o analista da Clear Corretora Raphael Figueredo.

Entre as notícias mais favoráveis para o mercado de renda variável, o Banco Central acelerou o passo na véspera e cortou a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, conforme esperado, e atrelou a manutenção desse ritmo de corte à evolução da atividade econômica, aos fatores de risco e às projeções e expectativas de inflação.

DESTAQUES

- EMBRAER ON caiu 5,16 por cento, após a empresa divulgar dados mais fracos de entregas de aviões no primeiro trimestre. Analistas do Bradesco BBI afirmaram que a queda nos pedidos firmes pode aumentar os riscos de transição para a próxima geração de aeronaves E2.

- BANCO DO BRASIL ON recuou 5,20 por cento, a maior queda do índice, com preocupações em relação a eventuais custos com a criação de uma nova vice-presidência para assuntos de seguros. O presidente do banco estatal disse à Reuters, contudo, que a nova vice-presidência terá "custo zero" para o BB. BRADESCO PN perdeu 3,05 por cento e ITAÚ UNIBANCO teve desvalorização de 1,82 por cento.

- ESTÁCIO PARTICPAÇÕES ON caiu 4,55 por cento, após grande oscilação, chegando a cair 4,61 por cento na mínima e avançar 0,73 por cento na máxima da sessão. A empresa informou que uma investigação interna não apontou evidências de que o presidente da companhia tenha trabalhado para tentar inviabilizar a fusão com a rival KROTON ON, que perdeu 1,6 por cento, após subir 2,98 por cento no melhor momento do dia. Para analistas da corretora Brasil Plural, a notícia é "marginalmente positiva" para as empresas, pois "elimina a incerteza quanto ao comportamento de cada um dos atores envolvidos na aprovação da operação".

- PETROBRAS PN teve baixa de 3,89 por cento e PETROBRAS ON recuou 4,48 por cento, enquanto os preços do petróleo no mercado internacional fecharam perto da estabilidade. [O/R]

- CEMIG PN caiu 5,05 por cento, ampliando as perdas da véspera, quando recuou 3,85 por cento, após a divulgação dos resultados do quarto trimestre do ano passado.

- VALE PNA subiu 0,96 por cento e VALE ON fechou estável, em sessão de dados sem direção comum para os preços do minério de ferro na China. O contrato futuro da commodity na Bolsa de Dalian caiu 1 por cento, ao menor patamar desde 10 de janeiro. No entanto, em dados divulgados após o fechamento dos mercados futuros, o minério de ferro subiu 0,9 por cento no porto chinês de Qingdao, segundo o Metal Bulletin.

- RENOVA ENERGIA UNIT, que não faz parte do Ibovespa, subiu 9,22 por cento, após subir 12,34 por cento no melhor momento do dia, diante da informação de que AES Tietê deve assinar nos próximos dias contrato para compra do complexo eólico Alto Sertão II.