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BCE pode abrir linha de emergência para bancos franceses, se necessário, diz diretor

22/04/2017 13h14

Por Francesco Canepa

WASHINGTON (Reuters) - O Banco Central Europeu (BCE) pode fornecer dinheiro de emergência a bancos franceses se necessário, após a primeira rodada da eleição presidencial francesa, mas não espera que isso seja necessário, disse o diretor de política econômica Ewald Nowotny neste sábado.

Os investidores temem que uma ida ao segundo turno dos candidatos eurocépticos Marine Le Pen e Jean-Luc Mélenchon levante questões sobre o futuro da França na União Europeia, agitando os mercados financeiros e expulsando investimentos.

Nowotny disse que o BCE está pronto para fornecer aos credores franceses a linha de liquidez de emergência, a mesma que foi usada para sustentar o setor bancário grego, mas expressou confiança de que isso não será necessário.

"Se houver problemas para determinados bancos franceses em termos de liquidez, então o BCE terá a linha de emergência, mas não esperamos, naturalmente, movimentos especiais", disse Nowotny, a jornalistas nas reuniões do FMI e do Banco Mundial.

Os bancos franceses têm atualmente mais dinheiro do que precisam. Os dados do BCE mostram que haviam estacionado 174 bilhões de euros no BCE além das reservas obrigatórias em 3 de março, o dado mais recente.

O candidato de centro francês Emmanuel Macron e a líder da extrema direita, Marine Le Pen, têm 23 por cento das intenções de voto cada, segundo pesquisa da BVA divulgada na sexta-feira.

No entanto, não é totalmente garantido um lugar na rodada de 7 de maio, enquanto o conservador Francois Fillon como o candidato de esquerda Jean-Luc Melenchon os seguem de perto.

Le Pen prometeu um referendo sobre adesão da França ao euro, enquanto Melenchon prometeu acabar com a independência do BCE, que está encarregado de controlar a inflação na zona do euro, e reformar a União Europeia ou fazer um referendo para deixá-lo.

Como a França é a segunda maior economia da zona do euro, muitos temem que sua saída levasse a moeda ao colapso.