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Bradesco prevê melhora gradual da inadimplência este ano e forte queda em 2018

27/04/2017 12h38

SÃO PAULO (Reuters) - Executivos do Bradesco previram que os índices de inadimplência terão melhora gradual ao longo dos próximos trimestres, e terão queda significativa a partir de 2018.

"Deve cair forte em 2018", disse o diretor de relações com o mercado do banco, Carlos Firetti, em teleconferência com jornalistas, referindo-se ao índice de créditos com atraso superior a 90 dias.

A declaração acontece no momento em que o banco aposta em melhora do cenário econômico do país para reverter a prolongada piora da qualidade dos ativos.

Mais cedo, o Bradesco informou que seu índice de inadimplência subiu na base sequencial pelo nono trimestre seguido, atingindo 5,6 por cento no fim de março, o que o banco atribuiu a um caso específico no segmento grandes empresas, cujo nome não foi revelado.

A combinação de piora da inadimplência com recuo da carteira de crédito foi particularmente notada por analistas, especialmente por ter sido o contrário do que apresentou o Santander Brasil para o período, no balanço divulgado na véspera.

Mas o aumento de 13 por cento do lucro ajustado ano a ano, refletindo em parte menores despesas com provisões para perdas esperadas com calotes, prevalecia na leitura dos investidores, o que fazia as ações do banco subirem ao redor de 3 por cento, liderando as altas no Ibovespa, que caía 0,5 por cento.

Segundo o vice-presidente e diretor de relações com investidores do Bradesco, Alexandre Glüher, o banco já começou a perceber recentemente uma melhora na demanda por crédito, especialmente no varejo, tendência que deve se intensificar nos próximos meses.

"Isso também deve se refletir no aumento da margem financeira com juros", disse Glüher, referindo-se às receitas obtidas com operações de crédito, que também caíram na passagem do quarto trimestre de 2016 para o primeiro deste ano.

Para os executivos, o efeito do aumento do volume de empréstimos deve compensar com sobras a oferta de taxas menores a clientes, em linha com o declínio da Selic.

De todo modo, Glüher e Firetti creditaram a melhora esperada dos resultados do Bradesco para 2018, uma vez que oscilações negativas ainda podem pesar sobre os negócios, tais como a chance de novas baixas contábeis sobre ativos financeiros e o aumento dos níveis de sinistros, as indenizações que seguradoras pagam a clientes.

A Bradesco Seguros historicamente responde por cerca de um terço do lucro total do grupo Bradesco.

"Pode ter alguma oscilação nos próximos trimestres, mas deve ter melhora significativa em 2018", disse Glüher.

(Por Aluísio Alves)