Exportação de café do Brasil cai 7,4% em 16/17 após quebra de safra de robusta
Por José Roberto Gomes
SÃO PAULO (Reuters) - As exportações totais de café pelo Brasil somaram 32,90 milhões de sacas de 60 kg no ano-safra 2016/17 encerrado em 30 de junho, queda de 7,4 por cento na comparação com o ciclo 2015/16, após o país enfrentar frustrações climáticas nas lavouras do grão do tipo robusta, informou nesta quarta-feira o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
"Atingimos praticamente 33 milhões de sacas, um número que revela a influência dos fatores climáticos nos últimos dois anos, em que especial na produção de café conilon (robusta)", disse o presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes.
De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento, o Brasil colheu uma safra recorde de café em 2016, em função do crescimento da produção de arábica, uma vez que a colheita do robusta foi fortemente afetada pela seca.[nL1N1EH0KT]
A receita com os embarques do maior exportador global do produto foi de 5,64 bilhões de dólares no ciclo 2016/17, incremento de 5 por cento na mesma comparação.
Já o preço da saca enviada ao exterior alcançou uma média de 171,48 dólares em 2016/17, avanço de 13,4 por cento em relação a 2015/16.
Segundo o Cecafé, do total exportado na temporada, 28,95 milhões de sacas foram de café arábica, queda de 2 por cento na comparação com a temporada anterior. No caso robusta, as exportações somaram 277,52 mil sacas, expressiva queda de 88,1 por cento frente as 2,32 milhões de sacas na safra anterior.
Também foram exportadas 28,82 mil sacas de café torrado e moído e 3,64 milhões de sacas de café solúvel, praticamente estável ante o ano-safra anterior.
Assim, o arábica respondeu por 88 por cento de todas as exportações brasileiras de café em 2016/17.
O presidente do Cecafé ressaltou a importância do Brasil para o mercado global.
"Se somarmos esse volume (total de exportação) às cerca de 20 milhões de sacas para consumo interno, temos um total de 53 milhões de sacas de café brasileiro, o equivalente a um terço do consumo mundial", acrescentou ele.
SAFRA 2017/18
Carvalhaes disse ainda que, neste momento, a atenção do setor se volta para a entrada da safra 2017/18, "que deve recuperar a normalidade de performance do Brasil, principalmente ao longo dos próximos seis meses".
A colheita 17/18, de baixa no ciclo bianual do arábica, está em desenvolvimento. A Conab estima uma queda 11,3 por cento na comparação com a anterior, para 45,6 milhões de sacas.[nL2N1IK0MU]
Ainda assim, para a temporada completa 17/18, Carvalhaes afirmou a jornalistas que o conselho projeta uma certa estabilidade nas exportações ante 2016/17.
DADOS MENSAIS
Considerando-se apenas o mês de junho, o total exportado foi de 2,05 milhões de sacas, queda de 16,3 por cento na comparação anual, com receita de 341,85 milhões de dólares, recuo de 5 por cento.
No ano-safra, o pico de exportação se deu em outubro do ano passado, com 3,36 milhões de sacas. O mês com menor embarque foi julho de 2016, com 1,96 milhão de sacas.
No acumulado de 2017 (janeiro a junho), a exportação alcança 14,92 milhões de sacas, redução de 8,4 por cento, com receita cambial de 2,58 bilhões de dólares, alta de 8,2 por cento, diante de um aumento no preço médio.
Os Estados Unidos foram o principal destino das exportações brasileiras de café em 2016/17, com 6,43 milhões de sacas (participação de 19,5 por cento). Depois surgem Alemanha, com 5,88 milhões de sacas (17,9 por cento), Itália, com 2,99 milhões de sacas (9,1 por cento) e Japão, com 2,33 milhões de sacas (7,1 por cento).
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