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Governo autoriza BNDES a comprar Cedae e preparar privatização, diz fonte

19/07/2017 19h20

Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - O governo federal autorizou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a antecipar recursos ao governo do Rio de Janeiro em troca do controle da companhia estadual de água e esgoto (Cedae), confirmou à Reuters uma fonte do Palácio do Planalto nesta quarta-feira.

O plano, apresentado na terça-feira ao presidente Michel Temer pelo presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, prevê o repasse de 3 bilhões de reais ao governo do Rio de Janeiro - o valor exato ainda está sendo calculado. Em troca, o controle da empresa de saneamento será repassado ao banco, que fará sua reorganização e depois a privatização.

A privatização da Cedae está prevista no plano de recuperação fiscal acertado entre os governos federal e fluminense em janeiro. A previsão era de que a empresa serviria de garantia para empréstimos a serem tomados pelo governo do Rio de até 3,5 bilhões de reais, avalizados pela União.

O governador do Estado, Luiz Fernando Pezão, foi convocado por Temer para uma reunião na quinta-feira, no Palácio do Planalto, e vai suspender temporariamente a licença médica para tratar de assuntos relevantes para o Rio de Janeiro, afirmou o governo fluminense nesta tarde.

A solução apresentada pelo BNDES permite que os recursos entrem diretamente no caixa do Rio de Janeiro. De acordo com a fonte, a avaliação do presidente do BNDES e da equipe econômica é de que não haveria prejuízo para o banco na operação.

O BNDES já estrutura o processo de privatização da Cedae desde janeiro, quando foi fechado o acordo de recuperação fiscal. A intenção do BNDES, segundo a fonte, é vender a empresa o mais rápido possível.

Se o valor da venda ultrapassar o valor adiantado, o banco pode repassar a diferença ao Rio de Janeiro, disse a fonte.

O Rio de Janeiro vive uma das piores crises econômicas de sua história. Ao apresentar o plano de recuperação, os cálculos do governo eram de que seriam necessários 4,5 bilhões de reais apenas para colocar em dia os salários atrasados.

Procurado, o BNDES informou que não comentaria o assunto.