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Ibovespa tem leve queda com cena política calma; Petrobras e Braskem são destaques positivos

19/07/2017 17h59

Por Flavia Bohone

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista fechou em leve queda nesta quarta-feira, com investidores evitando grandes movimentos diante da relativa calmaria no noticiário político local. A queda de ações de bancos privados de grande peso no Ibovespa ofuscou ganhos de empresas como Petrobras e Braskem.

O Ibovespa fechou em queda de 0,24 por cento, a 65.179 pontos. O giro financeiro do pregão somou 6,18 bilhões de reais.

Após subir todos os dias da semana passada e acumular ganho de 5 por cento no período, os pregões desta semana têm mostrado movimentos contidos, com o Ibovespa mantendo o patamar dos 65 mil pontos em todos as sessões. As leves oscilações vêm em meio ao recesso no Congresso Nacional e antes da temporada de balanços ganhar força, o que deve acontecer na próxima semana.

"A ausência de notícias faz com que o mercado fique mais parado... Enquanto não tiver uma definição na política ou uma economia mais forte não tem muito motivo para o mercado andar", disse o gerente de renda variável da H.Commcor Ari Santos.

Embora o noticiário político esteja mais tranquilo, investidores seguem atentos a novidades nesse fronte, de olho nas articulações do presidente Michel Temer na busca por apoio para barrar a denúncia por corrupção passiva na Câmara dos Deputados enquanto tenta avançar sua agenda de reformas.

Neste sentido, o governo deve anunciar na quinta-feira aumento de impostos sobre a gasolina para ajudar a melhorar as receitas e garantir o cumprimento da meta fiscal neste ano, em meio à recuperação econômica mais fraca do que esperada após dois anos seguidos de recessão.

DESTAQUES

- BRADESCO PN caiu 1,24 por cento, ITAÚ UNIBANCO PN perdeu 1,45 por cento e SANTANDER UNIT recuou 3,38 por cento. Segundo operadores, os papéis dos bancos têm mostrado volatilidade diante das incertezas políticas. Além disso, os efeitos da perspectiva de queda da taxa de juros, que poderia elevar a aumento na demanda por crédito, têm sido limitados diante da economia ainda enfraquecida, o que pode reduzir os spreads dos bancos.

- WEG ON teve baixa de 1,43 por cento, após ter subido quase 1 por cento no começo dos negócios. A fabricante de motores elétricos e tintas industriais abriu a temporada de balanços, reportando lucro líquido de 272,2 milhões de reais no segundo trimestre deste ano, alta de 6,7 por cento ante igual período do ano passado. Segundo analistas do BTG Pactual, os resultados foram bons e mostraram recuperação de margem Ebitda, mas com números, em geral, em linha com o esperado e não levaram a uma mudança nas expectativas para o valor da empresa.

- BRASKEM PNA teve alta de 2,61 por cento, a 39,26 reis, renovando o patamar recorde de fechamento, após a Petrobras iniciar tratativas com a Odebrecht para revisar o acordo de acionistas da petroquímica.

- PETROBRAS PN subiu 2,24 por cento e PETROBRAS ON avançou 1,76 por cento, acompanhando o movimento dos preços do petróleo no mercado internacional. Também no radar estavam notícias sobre a empresa, como as conversas sobre a revisão do acordo de acionistas da Braskem e a licença obtida pela petrolífera junto ao Ibama para iniciar a produção de óleo e gás natural em Libra, no pré-sal da Bacia de Santos. [O/R]

- ECORODOVIAS ON teve alta de 2,89 por cento, após o grupo italiano Gavio informar que quer ampliar o controle sobre a concessionária brasileira de estradas, despertando a expectativa por tag along aos demais acionistas. Procurados pela Reuters, a Ecorodovias disse que desconhece qualquer movimentação nesse sentido, enquanto representantes do grupo CR Almeida, também controlador da Ecorodovias, não estavam disponíveis para comentar o assunto.

- GAFISA ON, que não faz parte do Ibovespa, perdeu 3,17 por cento, após divulgar seus dados operacionais referentes ao segundo trimestre. Os números mostraram que a empresa não teve nenhum lançamento no período e sofreu queda nas vendas contratadas.