REPERCUSSÃO-BC reduz Selic a 9,25% e mantém ritmo de afrouxamento
SÃO PAULO (Reuters) - O Banco Central cortou nesta quarta-feira a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, a 9,25 por cento ao ano, dentro do esperado e mantendo o ritmo diante do comportamento favorável da inflação e fracos sinais de recuperação econômica. [nEMNH7K0SY]
Veja abaixo comentários de especialistas:
JOSÉ FRANCISCO GONÇALVES, ECONOMISTA-CHEFE, BANCO FATOR:
"O recado do BC é que, na reunião anterior (em maio), que aconteceu duas semanas depois da crise política estourar, havia nível maior de preocupação do impacto na economia. Agora, o Copom parece mais confortável. Me parece que a Selic ir a 8 por cento até outubro é certo, com um corte de 0,75 ponto em setembro e outro de 0,5 ponto em outubro. A dúvida agora é dezembro. Se não for 8 por cento, será menos."
ANDRÉ PERFEITO, ECONOMISTA-CHEFE, GRADUAL INVESTIMENTOS
"Eu acho que ele (BC) fala um pouco que, se as condições econômicas permanecerem as mesmas, vai manter o ritmo de corte em setembro. As condições econômicas vão continuar e com inflação muito baixa."
LUCIANO SOBRAL, ECONOMISTA, BANCO SANTANDER
"O Copom sinalizou que pode manter o ritmo de cortes de juros em 1 ponto por reunião, a depender da evolução das variáveis econômicas até lá.
A projeção do Santander para a Selic segue em 8,5 por cento, agora com um evidente viés de baixa. Seguimos com a visão de que, ao fim do ciclo corrente, a taxa Selic deve ficar, em termos reais, perto do piso do nosso intervalo estimado para a taxa real neutra da economia brasileira (entre 4 e 5 por cento)."
THAÍS ZARA, ECONOMISTA-CHEFE, ROSENBERG ASSOCIADOS
"Os parágrafos sobre as incertezas foram retirados e, dentre as reformas, fez questão de enfatizar as fiscais e creditícias (esta última, em menção a TLP e outras alterações da agenda BC+, que aumentam a potência da política monetária e ajudam a reduzir a taxa de juros real neutra de longo prazo).
E, por fim, deixou mais do que aberta a porta para manutenção do ritmo de corte de 1pp em sua próxima reunião, bem como para reavaliação da extensão total do ciclo (justificada pela inflação projetada em 4,3 por cento, abaixo de 4,5 por cento, com Selic a 8 por cento)."
(Por Patrícia Duarte e Marcela Ayres)
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