Migração da Suzano para Novo Mercado abre opções de fusões e aquisições, diz presidente
Por Alberto Alerigi Jr.
SÃO PAULO (Reuters) - A migração da Suzano Papel e Celulose do nível 1 para o segmento Novo Mercado da bolsa brasileira B3 abre opções para a empresa no mercado de capitais e alternativas estratégicas para a companhia, afirmou o presidente-executivo, Walter Schalka, nesta terça-feira.
"Ao fazermos isso abrimos opções nos mercados de capitais para estarmos mais preparados para fazermos operações de fusões e aquisições no futuro", disse Schalka durante teleconferência com analistas e investidores. O executivo, porém, afirmou que a "consolidação é uma alternativa, mas não é a única".
Schalka comentou, ainda, que a Suzano não é compradora natural da rival Eldorado Brasil, controlada pelo grupo J&F Investimentos, mas que tem interesse no negócio se gerar valor aos acionistas e se o ativo não for alvo de um leilão.
Porém, ao comentar sobre valores que têm circulado na imprensa sobre uma oferta de 14 bilhões de reais que teria sido apresentada pela chilena Arauco à Eldorado, Schalka praticamente excluiu uma eventual oferta da Suzano.
"Se for verdadeiro este número (de 14 bilhões de reais) está muito acima de algo que poderia criar valor para acionistas de qualquer empresa. Neste valor estamos completamente fora de qualquer transação", disse o presidente-executivo da Suzano.
Às 13:07, as ações da Suzano exibiam alta de 8,35 por cento, liderando os ganhos do Ibovespa, tinha valorização de 0,76 por cento.
Analistas citaram que a migração da Suzano ao Novo Mercado, segmento de mais altas exigências de governança corporativa da B3, vai permitir às ações da companhia subirem de patamar. Para analistas do BTG Pactual, por exemplo, a operação traz um "potencial teórico de mudança de preço para a ação acima de 20 por cento ao longo do tempo".
Schalka afirmou que a Suzano espera que a migração para o Novo Mercado seja concluída entre 60 a 90 dias, após aprovações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e demais acionistas, e concordou com a tese de mudança no patamar de preço das ações da empresa.
"A ação da Suzano deveria ter implicitamente um desconto em relação aos nossos competidores pelo fato de não termos hoje o mesmo nível de governança. Ao resolvermos isso, deveremos ser revalorizados em outro patamar", afirmou o executivo. Entre as rivais da companhia já listadas no Novo Mercado está a Fibria, cujas ações avançavam 2,69 por cento nesta terça-feira.
Além do novo nível para as ações, a migração poderá permitir que a Suzano amplie sua presença nos mercados internacionais por meio de um programa de ADRs (American Depositary Receipts). O diretor financeiro da companhia, Marcelo Bacci, lembrou que a empresa já tem recibos de ações negociados nos Estados Unidos em mercado de balcão, mas que a empresa vai analisar agora a viabilidade de ter papéis negociados em mercado organizado. "Para isso precisaríamos de mais preparação e agora vamos estudar se vale a pena fazer ou não", disse Bacci.
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