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Dólar sobe e ronda R$3,20 com cautela antes de anúncio de meta fiscal maior

14/08/2017 10h45

Por Claudia Violante

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar operava em alta e rondando o patamar de 3,20 reais nesta segunda-feira, com os investidores assumindo posições mais defensivas antes de o governo brasileiro anunciar novas e maiores metas fiscais para 2017 e 2018.

Às 10:44, o dólar avançava 0,65 por cento, a 3,1946 reais na venda, depois de acumular alta de 1,56 por cento na semana passada e ir a 3,2065 reais na máxima dessa sessão. O dólar futuro era negociado praticamente estável.

"Esse aumento do déficit (primário) tira um pouco da credibilidade da equipe econômica", afirmou o operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello.

O governo anunciará nova meta de déficit primário de 159 bilhões de reais para 2017 e 2018 nesta segunda-feira, sem aumento de impostos, disse mais cedo à Reuters uma importante fonte palaciana. Esse é praticamente o mesmo rombo obtido em 2016, buscando sinalizar que pelo menos a trajetória das contas públicas não vai piorar.

No mercado, havia temores de que o Brasil possa ser rebaixado mais uma vez pelas agências de classificação de risco por conta da situação fiscal, o que tenderia a espantar investidores estrangeiros.

Por isso a queda-de-braço foi intensa dentro do governo para tentar fechar as contas, com parte do Planalto alinhada com o Ministério do Planejamento no intuito de promover a mudança das metas, em meio ao cenário político mais delicado, com o presidente Michel Temer tendo de buscar apoio no Congresso Nacional para dar andamento às reformas, como a da Previdência.

Mas o Ministério da Fazenda ainda preferia esperar mais para manter a mensagem de maior austeridade. Temer terá outra reunião nesta segunda-feira com sua equipe econômica e política antes de anunciar as alterações.

Os investidores também trabalhavam de olho no cenário externo nesta sessão, onde o dólar subia ante uma cesta de moedas, com expectativas de alta dos juros nos Estados Unidos recuando após dados de inflação fracos.